quarta-feira, 26 de maio de 2010

Só na promessa


Os pré-candidatos à Presidência da República que participaram nesta terça (25/05) de um encontro promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, apontaram o sistema tributário como um dos principais problemas da economia do país. O encontro começou com uma exposição que durou 50 minutos.
Dilma Rouseff, candidata do Presidente Lula, que já levou diversas multas do TSE por apresentá-la em palanques em seus demagógicos discursos, falou, com seu ar professoral, que “Há uma sobreposição de legislações e de níveis de incidência de impostos, o que onera empresas e o governo. O ato de arrecadar fica caríssimo. A agenda da reforma, simplificando o sistema, eu tenho defendido. Acredito que seja o grande passo no sentido da competitividade”
O Candidato do PSDB, José Serra apontou a carga tributária brasileira como a “maior do mundo”. “Temos a maior taxa de juros do mundo e a maior carga tributária do mundo, entre todos os países emergentes ou em desenvolvimento. O Brasil tem a maior carga tributária de todos”, disse ele, acrescentando que os juros, e também o câmbio desvalorizado, são uma “distorção” no país”.
A pré-candidata do PV, Marina Silva, disse que é possível fazer uma reforma tributária (do sistema de impostos e contribuições do governo, estados e municípios), mas não com “falsas expectativas”. “Não é fácil. Tem 16 anos que essa questão entrou na agenda como sendo importante e estratégica. As pessoas assumem o compromisso com a reforma, e quando ganham fazem a reforma do compromisso e não a reforma que precisa ser feita.”
Esta semana comemoramos o dia em que terminamos de trabalhar para pagar impostos para o governo, que não para de comemorar o aumento da carga tributária. Enquanto isso, a máquina pública gasta mal os recursos, sem investir em infraestrutura, com arremedos de obras do tal PAC eleitoreiro, programas de distribuição dos mais diversos tipos de “bolsas” e auxílios, Ações Afirmativas, que servem para corrigir as péssimas condições do ensino de base, inchaço de funcionários na máquina pública (inclusive eu), corrupção endêmica, uma legislação trabalhista que dificulta a iniciativa privada a contratar mais pessoal, sem falar na burocracia, que faz do Brasil um dos países que apresenta grandes obstáculos para quem deseja abrir seu negócio. Desta forma, quem assumir o governo com base no discurso de diminuir a carga tributária terá muita dificuldade, pois como um drogado que necessita de aumento da dose para ficar “legal”, quem está no poder não vê outra forma de manter esta estrutura “paquiderme”: aumentar a carga tributária com 70% dos impostos concentrados em Brasília e as comunidades vivendo com migalhas do bolo tributário.