sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Adeus Samantha


Ontem, dia 18/11/2010, voltei de férias e assumi minhas novas funções na instituição pública em que exerço minhas atividades. Mas não vou falar das mazelas da pesada máquina estatal, do tempo ocioso que tenho no trabalho, na falta de eficiência ou das péssimas condições de trabalho. Vou externar a minha tristeza com a morte da Samantha, minha amiga e companheira de 14 anos, uma cachorra da raça poodle que só nos deu alegria com seu jeito alegre que nos recebia com pulos e rabo abanando mesmo no fim da vida. Fazia algum tempo que ela tinha dificuldade de caminhar comigo pelas ruas da Vila Assunção em volta da nossa casa e eu acreditava que era por artrose, doença que dá na velhice de todos. Pois, ontem, ao acordar cedo para ir ao trabalho, fui dar um carinho na minha cachorra, trocar a água do pote e ver a ração e notei ela ofegante, com extrema dificuldade de respirar. Senti que ela estava com algum problema (e não era artrose) e pedi para que meu pai levasse ela ao veterinário. Peguei a Samantha no colo, vi seus olhos tristes como se tivessem pedindo ajuda, beijei ela e me despedi. Pela manhã recebi um telefonema da minha mãe comunicando que a nossa cachorra tinha morrido de insuficiência respiratória. Parei o trabalho que fazia e imediatamente pedi para sair e no carro comecei a chorar até chegar na clínica e ver ela pela última vez antes de ser cremada. Do jeito que estava parecia estar dormindo. Beijei minha amiguinha e passei o dia me lembrando dela desde a chegada dela ainda bebê.
Quando filhote ela dormia no meu quarto e na minha cama adorava morder uma antena do meu rádio e puxar o aparelho. Logo depois, ela foi para o pátio morar em uma casinha que compramos para ela. Lembro de uma madrugada em que ouvi um barulho que na hora parecia ser da máquina de lavar ligada até que me dei conta que tinha alguém dentro da nossa piscina. Era a Samantha nadando “cachorrinho” e se afogando. Prontamente entrei na água gelada, retirei ela e levei aquela “bolinha de algodão” tremendo de frio para dentro de casa onde foi secada e tapada com um cobertor (nunca mais ela se aproximou da piscina). O primeiro brinquedo que ela ganhou foi o Perna Longa em que eu atirava e pedia para ela procurar o coelhinho. Ela podia não achar, mas saia em busca dele fuçando por tudo. O fato é que todos os brinquedos dela passaram a se chamar de “coelhinho”. Outra acontecimento que marcou é que ela deu uma de “arquiteta” ao abrir a porta de madeira da casinha com os dentes (acho que ela achava a entrada estreita e se sentia sufocada). Acredito que nossa cachorra era calorenta, pois mesmo com um frio rigoroso do inverno ela conseguia tirar qualquer roupa que se colocasse nela para aquece-la. A nossa rotina era saudável, caminhávamos todos os dias, brincávamos e tínhamos uma sintonia muito grande. Ela não tinha medo de cachorro grande e muitas vezes me colocou em situações embaraçosas durante as caminhadas, pois enfrentava cachorros com maior envergadura fazendo com que eu defendesse ela e a mim de uma mordida. Aos domingos, quando fazíamos churrasco em casa, ela sabia o que teria pela frente e não tocava na ração e esperava pelo coração de galinha ou um pedaço de frango sem sal. Um das cenas que mais me deixou impressionado foi em um banho de sol que ela tomava pela manhã e com metade do muro com sombra e a metade de cima com sol ela ficou de pé e com uma patinha “puxava” o sol para baixo. Ela era muito inteligente, faltava só falar. Hoje, estou aqui no trabalho juntando os cacos pois tenho um filho e minha mulher para cuidar com o coração ainda apertado pela ausência da minha cachorra. O pátio está vazio, sem seus latidos, seus pulos, seus buracos cavocados entre as folhagens, seus brinquedos perdidos. Tomara que exista um “céu dos cachorros” e que um dia possamos nos reencontrar. Adeus Samantha.

Cenário para a Dilma


O Presidente Lula, apesar da série de equívocos de seu governo e das denúncias de corrupção, teve a sorte de governar em um cenário mundial em que a economia ajudou o Brasil, com a China importando as commodities e sustentando o crescimento brasileiro e, de alguma forma, possibilitando que a economia sustentasse o alto "custo Brasil", fruto de um Estado pesado, falta de infraestrutura, leis trabalhistas retrógradas, sistema tributário caótico, centralização de receita e poder junto a União, falta de mão-de-obra qualificada devido ao pouco investimento em educação etc.

Agora, segundo analistas ligados a área econômica, o cenário será totalmente diferente. Com o motor da economia mundial – os EUA – consumindo menos e sinalizando que a produção será voltada ao mercado interno, mais e enxurrada de dólares jogadas no mercado americano – cerca de US$ 600 bi – a China parece colocar pé no freio de sua economia e, desta forma, a balança comercial brasileira deverá ficar negativa tendo em vista a falta de mercado para os nossos produtos, baseados em commodities. Para tornar o governo mais eficiente, deveríamos ter um choque de gestão, com um estado menos pesado e mais eficiente. Contudo, parece que este governo não tem no foco de gestão sua principal bandeira e no final do governo Lula se comemorava a criação de 2 milhões de empregos públicos no seu governo, algo que de longe era necessário, pois a máquina pública está inchada. Vamos ver como a Presidenta Dilma vai manter o equilíbrio nas contas, que sabe com CPMF, aumento dos juros com a sociedade sufocada pagando para manter este paquiderme inoperante.