terça-feira, 20 de julho de 2010

Olimpíadas e Copa do Mundo.


Para o leitor refletir: Os Jogos Pan-Americanos consumiram R$ 3,8 bilhões, quase cinco vezes maior do que o orçamento estimado inicialmente, de R$ 800 milhões. Todo esse investimento valeu a pena, segundo o ministro de Esportes, Orlando da Silva Jr., porque "o País terá como legado o Rio de Janeiro como uma cidade olímpica". E hoje o que vemos de perto são obras em processo de sucateamento, o Estádio de Futebol Engenhão alugado ao Botafogo por uma miséria.
Dito isso vamos pensar se é prioridade para um país, que tem graves problemas na área de saúde e educação, investir quase R$ 11 bilhões para realizar uma Copa do Mundo e uns outros tantos para as Olimpíadas. Já se que tais eventos dão prejuízo aos cofres públicos – talvez só a exposição de marcas famosas ganhem com isso. Cumprir o cadernos de encargos da FIFA fará com que o Brasil cometa algumas extravagâncias sem sentido, como estádio em Manaus ou em Campo Grande, que depois do evento ficarão a disposição para que times de futebol? Será realizada a Festa do Boi-bumbá? Citem algum time de Manaus de grande relevância para encher o algum estádio? Ou dentro do gramado se fará uma reserva indígena com direito a arquibancada e tudo o mais.
Com relação as Olimpíadas é a mesma situação. Nossa recente experiência no Pan do Rio mostrou que as obras estouraram o orçamento previsto e muitas delas estão se perdendo com o tempo, não deixando nenhum legado para o Rio de Janeiro. A história nos ensinou que um país olímpico se faz com educação. Tanto nas grande potências ocidentais como nos antigos regimes comunistas, os grandes atletas eram forjados dentro de instituições de ensino. Aqui pelo Brasil temos escolas sem pátio para prática da educação física ou professores para ministrarem aulas e quem e o futuro atleta necessita de um "paitrocino" para seguir com sua carreira e depois fechar algum contrato publicitário que faça com que ele sobreviva do esporte. Mas não tem mais volta, estes dois grandes eventos vão sair e continuaremos assistindo as excursões de ambulância rumo a Santa Casa em Porto Alegre, ao cidadão que tem que pegar um ficha na madrugada fria em um posto de saúde, ao esgoto a céu aberto, a falta de investimento em educação tudo para satisfazer o ego de alguns governantes que vivem em uma redoma de vidro chamada Brasília e não conhecem a realidade do nosso país.