sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Estado falido

No sistema federalista, em que os estados gozam de plena autonomia e os impostos ficam onde a riqueza é produzida, pensar em governador indo até o governo central pedir ajudar financeira ou ter receita de impostos retidos por este governo é algo que soa surreal. Certa vez Nova Iorque estava literalmente quebrada e bateu nas portas de Washington e recebeu um sonoro não. A cidade teve que se reinventar (algo que esta na sua genética) e hoje é o que é. Aqui no Brasil, fruto de uma Constituição torta, que deu aos estados deveres e a União a incumbência de repassar recursos para saúde e educação convivemos com estados sem autonomia e governadores que precisam se humilhar para conseguir recursos para suas regiões. Soma-se a gastos desmedidos (algo que ocorre em todos os níveis de governo), previdência pública quebrada e por fim o tal "esqueleto da dívida", criado na época do PROER, quando o Banco Central socorreu os bancos estaduais falidos e em troca coube aos estados pagar mensalmente o serviço desta dívida para a União. Aqui no Rio Grande do Sul, por questões de um orgulho bairrista, ficamos com o Banrisul e tivemos a nossa dívida aumentada de forma estratosférica. Somado com os desgovernos que tivemos, aumentando constantemente o gasto com o pessoal, através de CCs, criação da UERGS ou empresa para cuidar de rodovias, temos um estado insolvente que não consegue responder a nenhum anseio da sociedade. Sem solução a vista (para abrir uma empresa basta um canetaço e para fechar um referendo), com a pressão da sociedade e servidores, o governo irá aumentar o ICMS, recaindo sobre o setor produtivo o pesado fardo que este Estado carrega. Em tempos de recessão, poderemos ver esta medida não surtir efeito, pois se o aumento não é suportado pelas empresas e sociedade a tendência é ver investimentos fugirem daqui e empresas fecharem as portas. Pobre Rio Grande do Sul, seremos uma Argentina ou uma Grécia sem ajuda dos países da Zona do Euro.