quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Lição da Turma 11f



           A reportagem do jornal Zero Hora de 22/12/2013 –    “Lições da Turma 11f” (do Colégio Júlio de Castilhos) teve forte repercussão na edição de 26/12/2013 do mesmo jornal por parte dos leitores. Tive o cuidado de ler todos os depoimentos de professores e pais envolvidos no processo educacional de nossos jovens e em nenhum deles houve um destaque positivo. A falta de professores, falta de infraestrutura e má gestão dos recursos públicos foram pontos abordados o que demonstra a falência do ensino público de base. Esta realidade é demonstrada nas pesquisas de organismos internacionais como a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que colocam o ensino do Brasil em um nível muito baixo. Este quadro repercute na sociedade de diversas maneiras: temos dificuldade de aumentar nossa capacidade de desenvolvimento econômico pela falta de mão-de-obra qualificada, aumento da pobreza e alta taxa de natalidade nas classes mais baixas, com tentativas de solução paliativas por meio de distribuição de renda através de programas sociais e cotas para as universidades.

            Tudo isto é fruto de uma série de fatores, começando pela concentração de tributos na União (70% do bolo tributário vai para Brasília) e pela má gestão dos recursos públicos. Enquanto o ensino de base está falido, temos centenas de universidade públicas com ensino gratuito (nem na China temos universidade gratuita) que pouco ou nada colaboram para a sociedade. A maioria das pesquisas desenvolvidas nestas universidades está dissociada das necessidades do mercado, pois as universidades se afastaram das empresas por questões ideológicas e desenvolvem pesquisas que não tem sentido prático. A exceção que encontramos no Brasil é na UNICAMP que fornece uma qualificada base de profissionais para o desenvolvimento da Embraer, por exemplo. Voltando ao Rio Grande do Sul, que luta com a falta de recursos, encontramos ainda mais um agravante: a visão míope de nossos governantes que sustentam uma moribunda universidade estadual (Universidade Estadual do Rio Grande do Sul) ao invés de canalizar tais recursos para o ensino de base. 

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

PT do Bras!






            Na inauguração da plataforma P-55 a Petrobras gastou no evento R$ 1,2 milhão com montagem e locação de tenda, piso e palco, climatização, locação de equipamentos, comunicação visual e até alimentação. Contudo, a Presidenta Dilma não apareceu devido ao mau tempo. Recentemente, a Presidenta Dilma, juntamente com a cúpula da Petrobras, inaugurou a plataforma P-58 que deverá atuar na costa do Espírito Santo. Na ocasião, entre discursos e aplausos, recebeu por parte dos operários a preocupação do eminente desemprego naquela região. Foi prometido que em março a Petrobras deverá fazer uma nova encomenda. Fica claro que a Petrobras é usada de forma eleitoreira para controlar a inflação subsidiando o preço dos combustíveis e criando empregos efêmeros quando produz navios e plataformas por preços mais caros do que encontrados em pólos navais mais adiantados como a Coréia do Sul. O desenvolvimento de uma região e de um país se dá através de planejamento, investimento em educação, mão-de-obra, infraestrutura e criação de condições para empreendimentos crescentes e sustentáveis com um bom ambiente de negócios. Fica a questão: será que em Rio Grande será possível criar uma indústria naval que chame a atenção do mundo com preço e qualidade semelhante à Coréia do Sul ou ficará dependente de encomendas esporádicas da Petrobras?
            Se formos analisar o crescimento da indústria naval coreana veremos que nasceu de uma política de governo. Depois de uma guerra civil que vitimou 3 milhões de habitantes e dividiu a península em dois países, era preciso estruturar a economia da nação. O ex-general e então presidente da Coreia do Sul, Park Chung-hee, governante do país de 1961 a 1979, defendia que o caminho era tirar vantagem das características geográficas da península. O presidente tinha certeza de que a saída para vencer a pobreza seria pelo mar e assim nasceu na Coréia a melhor indústria naval do mundo. Dos dez maiores estaleiros do mundo, sete estão na Coréia. O país detém um terço da carteira internacional de produção de navios, atividade que é um dos principais motores de sua economia – responde por 6% do PIB. Pelo menos 200 mil coreanos estão empregados na construção naval.
            Mas a Coréia do Sul precisava dar um salto e para tanto investiu pesadamente em educação. Segundo o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2010 , os alunos sul-coreanos ficaram em quinto lugar na prova que testou seus conhecimentos em matemática, ciências e leitura. Dados do Banco Mundial divulgados em 2011 apontaram que 98% dos jovens entre 25 e 34 anos completaram o ensino médio. Esse patamar de qualidade e de acesso à educação foi atingido, segundo especialistas, graças a um maciço investimento em educação (em 2009, segundo o Banco Mundial, esse investimento foi de 5% do PIB, ou seja, US$ 47,1 bilhões) – principalmente na formação dos professores, no investimento em material de apoio e na melhoria da estrutura e funcionamento das escolas – combinado com a cultura asiática de disciplina e valorização do ensino. Desta forma, a semente plantada com a indústria naval replicou em segmentos como automóveis e eletrônicos e siderurgia, transformando a Coréia do Sul na 12° economia do mundo. Com quase 50 milhões de habitantes, desde os anos 50 a Coréia conseguiu a proeza de multiplicar seu PIB per capita de US$ 70 para US$ 24,8 mil por habitante ao ano.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Pibinho.







            Já escrevi sobre os motivos do atraso brasileiro e mais uma vez vou tentar elucidar com fatos e dados:

EDUCAÇÃO:

            O Brasil investe muito e mal em educação. Esquece por completo a educação de base, tenta remediar com uma série de cotas para preenchimento de vagas no nível superior e torra uma imensa fortuna em universidades federais que dão pouco retorno a sociedade. Recentemente, a USP, principal centro de pesquisa do país, saiu do ranking global das 200 melhores instituições de ensino publicado pela revista britânica Times Higher Education, depois de ocupar o 158° lugar em 2012. A USP caiu no ranking pela ausência de um projeto internacional e o baixo nível de citações em publicações científicas. O professor de economia nos EUA Alexandre Scheinkman questiona sobre qual seria a inspiração da USP. Assim como a USP nenhuma das universidade federais aparecem na lista entra as 400 da revista. A China tenta imitar o modelo americano e já possui duas representantes na lista e o segredo foi direcionar verbas de pesquisas em parceria com empresas privadas e com financiamento público. No Brasil, as pesquisas acadêmicas se afastam das necessidades do setor privado. É como se o trabalho para o setor privado fosse uma traição aos valores do ensino superior. De nada adianta aumentar o número de instituições, devemos mudar de estratégia. Do MIT nasceram mais de 25.000 empresas nas duas últimas décadas. Na Unicamp, referência de apoio ao empreendedorismo no Brasil, foram pouco mais de 300 no mesmo período.

SISTEMA TRIBUTÁRIO:


            No Brasil as empresas participantes do SIMPLES têm que fazer mágica para crescer somente até o limite que as mantenha pagando impostos de forma simplificada. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, 62% das empresas que saem do SIMPLES ficam inadimplentes em até dois anos, pois não suportam lidar com até 100.000 combinações de regras tributárias. As grandes empresas gastam por ano 2.600 horas para lidar com a burocracia tributária – a média da América Ltina é de 367 horas e da OCDE, o clube dos países ricos é 176. As empresas vêem sua carga tributária aumentar em até 30% quando saem do SIMPLES.  O resumo disto tudo é que as grandes empresas disponibilizam um grande contingente de funcionários em atividades que não agregam valor e tiram a competitividade das empresas, pagando tributos e decifrando regras que mudam diariamente e as micro empresas fazem das tripas coração para não crescer e mudar seu enquadramento. Devemos reformar o sistema tributário e diminuir a carga para tornar o país mais competitivo.


AUMENTO DA COCORRÊNCIA:

            Segundo a Fundação Bertesmann, uma das mais respeitadas da Alemanha, estima-se que uma área de livre comércio entre EUA e UE aumentaria, a longo prazo, a renda per capita americana em 13% e a européia em 5%. A Alemanha geraria 160.000 empregos. Na contramão desta realidade está o Brasil, que desde 2009 elevou alíquotas de importação 31 vezes (duas vezes mais do foi feito por EUA,China e por todos os países da União Européia juntos). Por aqui, desde o governo Presidente Lula, estreitamos laços com países africanos e insistimos com o falido Mercosul, que não passa de uma confraria de presidentes que discursam contra os EUA e buscam forma de fortalecer a “Revolução Bolivariana”. Para o economista Marcelo Lisboa, vice-presidente da escola de negócios Insper, o Brasil deveria ter uma agenda de crescimento que incluísse o fim de distorções e privilégios concedidos a algumas empresas e setores.

INFRAESTRUTURA:

Como um paquiderme, o Brasil vai a passos lentos quando se trata de investimentos em infraestrutra. Para ficar só na área portuária, um estudo do Instituto Brasileiro de Pesquisas Tributária (IBPT) revela que os custos portuários tiveram crescimento (em dólar) de 27,26% no período de 2009 a 2012 no Brasil. Os custos portuários podem ser divididos em diretos ou indiretos. Entre os valores que recaem diretamente nos preços dos custos marítimos, estão as utilizações dos equipamentos e instalações portuárias terrestres ou marítimas. Os custos indiretos compreendem aqueles relacionados à contratação dos serviços de praticagem, rebocadores, agências marítimas, atracação e desatracação, faróis, vigias, transporte de tripulação, explica Gilberto Luiz do Amaral, presidente do Conselho Superior e coordenador de estudos do IBPT.
Clima, oferta e demanda, oscilações de mercado. A maioria desses fatores que influenciam na renda do produtor e no preço das commodities agrícolas não podem ser controlados por política agrícola e investimentos dos agricultores. Já quando se fala em logística e infraestrutura de transportes e armazenagem, a situação é diferente. Se há algo que pesa nos custos de produção e impede o agronegócio brasileiro de ser ainda mais competitivo, são os problemas enfrentados por quem produz na hora de escoar a safra.


BUROCRACIA:

            Estudo do Banco Mundial analisa a dificuldade do setor privado em lidar com a burocracia. Para abrir uma empresa necessitamos de 119 dias. Despachar um contêiner em um porto leva 13 dias – nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média é de 10 dias. Outra pesquisa da Fiesp com o seu Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) coloca o Brasil na 156° posição de um ranking de 185 países no item burocracia. O Decomtec aponta que o Brasil gasta 2.600 horas por ano para uma empresa pagar tributos no Brasil, enquanto na média dos  países da OCDE são necessárias 176 horas por ano. Outro estudo, do Fórum Econômico Mundial, mostra que o Brasil ocupa as últimas posições quando são analisados itens como a regulação do governo.


LEGISLAÇÃO TRABALHISTA:


            No Brasil, os custos adicionais do trabalho são da ordem de 100%. Ao assinar a carteira de um funcionário, uma empresa arca com encargos iguais ao salário pago sem que este valor retorne ao trabalhador. As inúmeras obrigações são mais um peso que sufoca a competitividade dos produtos nacionais. Precisamos tornar a criação de empregos e a produção mais barata. Necessitamos de uma racionalidade para acabar com a profusão de encargos, benefícios diretos e indiretos, contribuições adicionais e burocracia para tornar nossas empresas mais competitivas. O custo do trabalhador chega a ser mais que o dobro do verificado em outros países emergentes. Na indústria de transformação, os encargos trabalhistas correspondem a um terço das despesas com mão de obra. Isso tem reflexos diretos na competitividade dos nossos produtos - as despesas ligadas ao trabalho significam de 20% a 50% do custo final dos manufaturados brasileiros.  O Brasil é o País com os encargos trabalhistas mais elevados em um grupo de 25 nações analisadas pela rede mundial de auditoria e contabilidade UHY. Nesse grupo, que inclui o G7 - grupo dos sete países mais industrializados - e os Brics - principais economias emergentes -, o Brasil desponta como líder mundial ao pagar, em média, 57,56% do valor bruto do salário em tributos. A média global é de 22,52%


PAU QUE NASCE TORTO, MORRE TORTO


            Acima citei as mais diversas causas, que todo mundo está cansado de saber, que fazem com que o Brasil não tenha um crescimento contínuo e sustentável em sua longa história. Poderia dizer que os motivos do eterno atraso brasileiro foram culpa da colonização portuguesa e da religião católica. Os portugueses vieram para cá extrair nossa riqueza natural (talvez por isso até hoje somos fortes na exportação de commodities) e trouxeram o sistema cartorial com excessiva burocracia, que só traz mais corrupção (quanto mais obstáculos, mais “facilitadores” aparecem no caminho prometendo resolver este ou aquele problema em troca de uma propina). Nos EUA, outro país de tamanho continental como o Brasil, os colonizadores foram para lá em busca de trabalho e oportunidade – este ponto é crucial para entender a diferença de estágio entre os dois países. Outro fator fica bem claro no livro do historiador americano David Landres, autor do best-seller “A Riqueza e a Pobreza das Nações”. A riqueza de uma nação está alicerçada em uma cultura econômica bem-sucedida, fruto do trabalho produtivo, em que o mérito suplantava o status, e a riqueza se construía ‘fazendo’, e não ‘tomando’. Outro ponto que toca o autor é a respeito da diferença fundamental entre católicos e protestantes ao analisar a forma como eles entendem os jogos de azar. Os católicos dizem que, se você apostar, pode perder dinheiro. Os protestantes dizem que você pode ganhar e obter riquezas imerecidas. Ganhar, não tirar dinheiro de alguém. 






PAU QUE NASCE TORTO, MORRE TORTO




            Em meus últimos textos citei as mais diversas causas, que todo mundo está cansado de saber, que fazem com que o Brasil não tenha um crescimento contínuo e sustentável em sua longa história. Poderia dizer que os motivos do eterno atraso brasileiro foram culpa da colonização portuguesa e da religião católica. Os portugueses vieram para cá extrair nossa riqueza natural (talvez por isso até hoje somos fortes na exportação de commodities) e trouxeram o sistema cartorial com excessiva burocracia, que só traz mais corrupção (quanto mais obstáculos, mais “facilitadores” aparecem no caminho prometendo resolver este ou aquele problema em troca de uma propina). Nos EUA, outro país de tamanho continental como o Brasil, os colonizadores foram para lá em busca de trabalho e oportunidade – este ponto é crucial para entender a diferença de estágio entre os dois países. Outro fator fica bem claro no livro do historiador americano David Landres, autor do best-seller “A Riqueza e a Pobreza das Nações”. A riqueza de uma nação está alicerçada em uma cultura econômica bem-sucedida, fruto do trabalho produtivo, em que o mérito suplantava o status, e a riqueza se construía ‘fazendo’, e não ‘tomando’. Outro ponto que toca o autor é a respeito da diferença fundamental entre católicos e protestantes ao analisar a forma como eles entendem os jogos de azar. Os católicos dizem que, se você apostar, pode perder dinheiro. Os protestantes dizem que você pode ganhar e obter riquezas imerecidas. Ganhar, não tirar dinheiro de alguém.  


terça-feira, 29 de outubro de 2013

Legislação trabalhista.






            No Brasil, os custos adicionais do trabalho são da ordem de 100%. Ao assinar a carteira de um funcionário, uma empresa arca com encargos iguais ao salário pago sem que este valor retorne ao trabalhador. As inúmeras obrigações são mais um peso que sufoca a competitividade dos produtos nacionais. Precisamos tornar a criação de empregos e a produção mais barata. Necessitamos de uma racionalidade para acabar com a profusão de encargos, benefícios diretos e indiretos, contribuições adicionais e burocracia para tornar nossas empresas mais competitivas. O custo do trabalhador chega a ser mais que o dobro do verificado em outros países emergentes. Na indústria de transformação, os encargos trabalhistas correspondem a um terço das despesas com mão de obra. Isso tem reflexos diretos na competitividade dos nossos produtos - as despesas ligadas ao trabalho significam de 20% a 50% do custo final dos manufaturados brasileiros.  

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

BUROCRACIA





            Estudo do Banco Mundial analisa a dificuldade do setor privado em lidar com a burocracia. Para abrir uma empresa necessitamos de 119 dias. Despachar um contêiner em um porto leva 13 dias – nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média é de 10 dias. Outra pesquisa da Fiesp com o seu Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) coloca o Brasil na 156° posição de um ranking de 185 países no item burocracia. O Decomtec aponta que o Brasil gasta 2.600 horas por ano para uma empresa pagar tributos no Brasil, enquanto na média dos  países da OCDE são necessárias 176 horas por ano. Outro estudo, do Fórum Econômico Mundial, mostra que o Brasil ocupa as últimas posições quando são analisados itens como a regulação do governo.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Infraestrutura.



Como um paquiderme, o Brasil vai a passos lentos quando se trata de investimentos em infraestrutra. Para ficar só na área portuária, um estudo do Instituto Brasileiro de Pesquisas Tributária (IBPT) revela que os custos portuários tiveram crescimento (em dólar) de 27,26% no período de 2009 a 2012 no Brasil. Os custos portuários podem ser divididos em diretos ou indiretos. Entre os valores que recaem diretamente nos preços dos custos marítimos, estão as utilizações dos equipamentos e instalações portuárias terrestres ou marítimas. Os custos indiretos compreendem aqueles relacionados à contratação dos serviços de praticagem, rebocadores, agências marítimas, atracação e desatracação, faróis, vigias, transporte de tripulação, explica Gilberto Luiz do Amaral, presidente do Conselho Superior e coordenador de estudos do IBPT.
Clima, oferta e demanda, oscilações de mercado. A maioria desses fatores que influenciam na renda do produtor e no preço das commodities agrícolas não podem ser controlados por política agrícola e investimentos dos agricultores. Já quando se fala em logística e infraestrutura de transportes e armazenagem, a situação é diferente. Se há algo que pesa nos custos de produção e impede o agronegócio brasileiro de ser ainda mais competitivo, são os problemas enfrentados por quem produz na hora de escoar a safra.

NA FOTO IMAGEM DA BR 163 LIGANDO PA-MT

terça-feira, 22 de outubro de 2013

AUMENTO DA CONCORRÊNCIA





            Segundo a Fundação Bertesmann, uma das mais respeitadas da Alemanha, estima-se que uma área de livre comércio entre EUA e UE aumentaria, a longo prazo, a renda per capita americana em 13% e a européia em 5%. A Alemanha geraria 160.000 empregos. Na contramão desta realidade está o Brasil, que desde 2009 elevou alíquotas de importação 31 vezes (duas vezes mais do foi feito por EUA,China e por todos os países da União Européia juntos). Por aqui, desde o governo Presidente Lula, estreitamos laços com países africanos e insistimos com o falido Mercosul, que não passa de uma confraria de presidentes que discursam contra os EUA e buscam forma de fortalecer a “Revolução Bolivariana”. Para o economista Marcelo Lisboa, vice-presidente da escola de negócios Insper, o Brasil deveria ter uma agenda de crescimento que incluísse o fim de distorções e privilégios concedidos a algumas empresas e setores.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Sistema tributário.






            No Brasil as empresas participantes do SIMPLES têm que fazer mágica para crescer somente até o limite que as mantenha pagando impostos de forma simplificada. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, 62% das empresas que saem do SIMPLES ficam inadimplentes em até dois anos, pois não suportam lidar com até 100.000 combinações de regras tributárias. As grandes empresas gastam por ano 2.600 horas para lidar com a burocracia tributária – a média da América Ltina é de 367 horas e da OCDE, o clube dos países ricos é 176. As empresas vêem sua carga tributária aumentar em até 30% quando saem do SIMPLES.  O resumo disto tudo é que as grandes empresas disponibilizam um grande contingente de funcionários em atividades que não agregam valor e tiram a competitividade das empresas, pagando tributos e decifrando regras que mudam diariamente e as micro empresas fazem das tripas coração para não crescer e mudar seu enquadramento. Devemos reformar o sistema tributário e diminuir a carga para tornar o país mais competitivo.

domingo, 20 de outubro de 2013

Educação.





            O Brasil investe muito e mal em educação. Esquece por completo a educação de base, tenta remediar com uma série de cotas para preenchimento de vagas no nível superior e torra uma imensa fortuna em universidades federais que dão pouco retorno a sociedade. Recentemente, a USP, principal centro de pesquisa do país, saiu do ranking global das 200 melhores instituições de ensino publicado pela revista britânica Times Higher Education, depois de ocupar o 158° lugar em 2012. A USP caiu no ranking pela ausência de um projeto internacional e o baixo nível de citações em publicações científicas. O professor de economia nos EUA Alexandre Scheinkman questiona sobre qual seria a inspiração da USP. Assim como a USP nenhuma das universidade federais aparecem na lista entra as 400 da revista. A China tenta imitar o modelo americano e já possui duas representantes na lista e o segredo foi direcionar verbas de pesquisas em parceria com empresas privadas e com financiamento público. No Brasil, as pesquisas acadêmicas se afastam das necessidades do setor privado. É como se o trabalho para o setor privado fosse uma traição aos valores do ensino superior. De nada adianta aumentar o número de instituições, devemos mudar de estratégia. Do MIT nasceram mais de 25.000 empresas nas duas últimas décadas. Na Unicamp, referência de apoio ao empreendedorismo no Brasil, foram pouco mais de 300 no mesmo período.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

República das Bananas.

Enquanto se discute se o petróleo é nosso com o leilão do Campo de Libra, estamos perdendo o foco mais uma vez. Após o governo FHC tínhamos alguns caminhos a seguir: continuar as reformas ou continuar como estávamos. Escolhemos o segundo caminho. O megalômano Presidente Lula surfou na onda de nossas valorizadas commodities para a sedenta China que necessitava de nossos produtos para seu crescimento e assim o povo teve a chance de melhorar de vida, mesmo que este crescimento fosse mais um "voo da galinha" (voa e cai logo em seguida). Com este quadro nosso megalômano Presidente pagou a dívida junto ao FMI (mesmo sendo um péssimo negócio, pois trocou por outra dívida mais cara, em que o Brasil paga juros mais altos), perdoou dívidas de países africanos de olho na vaga do Conselho de Segurança da ONU, afundou o país em corrupção e de saída deixou o pepino da Copa do Mundo (com mais sedes do que a FIFA pediu) e Jogos Olímpicos no colo na Presidenta Dilma. Tivesse feito as reformas estruturais, investido em educação, diminuindo o peso do estado, burocracia, aumentando nossa eficiência nosso crescimento seria sustentável e constante. Da forma como está seremos eternos dependentes da valorização das commodities, o que é muito pouco para esta nação. No futuro de nada adiantará mais protestos e busca de culpados pois o culpado é só um e mora no ABC paulista!

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O xixi da Oktoberfest.





            Segundo a ONG Trata Brasil (O Instituto Trata Brasil é uma OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – que tem como objetivo coordenar uma ampla mobilização nacional para que o País possa atingir a universalização do acesso à coleta e ao tratamento de esgoto) mais da metade da população brasileira não tem rede de tratamento de esgoto em casa. O que nos causa espanto é a inversão de prioridades no Brasil. Ao lado de estádios de futebol padrão FIFA, implementação de televisão digital ou projeto de trem bala, assistimos uma realidade chocante que toca profundamente na qualidade de vida da população: a falta de saneamento básico. Com doenças que se proliferam de pouco adianta importar médicos sem medidas de profilaxia.
            O mais incrível dos dados da ONG é que a realidade não escolhe estados ricos e pobres e sem distinção chama a atenção que o pungente estado de Santa Catarina  tenha apenas 36% dos moradores atendidos com rede coletora. Blumenau, rica cidade de colonização alemã, conhecida pela mais famosa Oktoberfest no Brasil tem menos de 30% de água tratada. O sistema de fossas usado na cidade não da mais conta de uma população que passou dos 300 mil habitantes. E o esgoto vai para rede de água da chuva ou direto para os rios. Sem saneamento, a história se repete. Blumenau tem quase três vezes mais internações por diarreia do que as cidades mais bem colocadas no ranking. É evidente que  a preocupação de nossos governantes é apresentar obras que chamem a atenção acima da superfície, esquecendo de investir em outras áreas. Parece claro que no Brasil um estádio padrão FIFA, com direito a festa de inauguração e ponta pé inicial do(a) Presidente(a) em jogo festivo é muito mais importante do que enterrar tubulações. Outubro está ai e com tantos visitantes festejando na maior e mais animada festa de Oktoberfest deste País fica a questão: para onde vai tanta urina de nossos beberrões?

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

PT saudações!

Em pesquisa recente vimos que Santa Catarina passou do Rio Grande do Sul no item que se refere IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Vou dizer claramente o que impede (e impediu o Rio Grande do Sul) de continuar a frente de Santa Catarina: PT. Qualquer política que se faça em algum governo deve ter continuidade e no estado vizinho podia mudar partido que as políticas de desenvolvimentos de polos industriais e econômicos não sofriam solução de continuidade e muito menos o estado ficava inchado aumentando seu custo operacional e suas dívidas. Enquanto isso, após o governo Brito que começou a criar pólos industriais (GM e FORD) surgiu o desastroso Governo Olívio destruindo tudo que começou a ser feito no governo anterior, mandando a Ford embora e criando seu jeito “espraiado” de crescimento a custas de um estado inchado e sem perspectivas de crescimento sustentável a longo prazo. Os outros governadores que sucederam, Rigoto e Yeda, vieram para tentar refazer as combalidas contas do estado e o atual, Tarso, trata de afundar mais ainda ao assumir o compromisso de cuidar de estradas antes privatizadas. Hoje, com menos de um ano, as estradas já sofrem com buracos e por incrível que parece o governo do Rio Grande do Sul convive com duas estruturas que se sobrepõem: DAER e EGR. Por isso os salários dos professores e da Brigada Militar são os mais baixos do país: estado inchado e sem perspectivas.

terça-feira, 30 de julho de 2013

A rotação do mundo mudou



Estamos todos vivendo um sufoco diariamente. Ao sair no trânsito e ao chegar a nossas casas após um dia estafante de trabalho, temos que disputar espaço, correr atrás de resultados e ainda cuidar de filhos e tratar de nossas necessidades básicas e alimentares. Tudo isto com muita pressa. Noto que as manifestações sociais, antropológicas, culturais e esportivas também mudaram. Vou dar alguns exemplos a seguir.
Antigamente, voar de avião era um glamour, com direito a comida quente e espaço de sobra nas poltronas. Hoje, viajamos que nem lata de sardinha e quando muito temos duas opções: tal marca de refri ou nada. Pelo lado do esporte vou focar no futebol: na década de 70, época em que me criei vendo meu Inter conquistar o tri-campeonato brasileiro invicto, o futebol era mais cadenciado que o de hoje. Lembro que o Gerson na copa de 70 no México matava a bola no peito, abanava para a torcida e depois dava seus precisos lançamentos. Hoje, o jogador de futebol virou maratonista, não tem espaço para raciocinar. A mesma velocidade se vê no cinema ou na propaganda. Os filmes de antigamente, se vistos hoje, fariam qualquer um bocejar, os comerciais tinham um ar de romantismo que não se concebe hoje. Nunca vou esquecer do Baixinho da Kayser, do Carlos Moreno, garoto propaganda da Bombril e de antigos comerciais de carros. Hoje, não consigo diferenciar reclames de companhia de telefone uma da outra, pois é só velocidade de conexão, preço etc. Comercial de veículo literalmente virou um catálogo de classificado com imagem e som, aparecendo o produto com suas características e preço, além do que está difícil diferenciar uma marca da outra.

Abaixo vejam o ontem e hoje da propaganda:

http://www.bossanovafilms.com.br/portifolio/o-primeiro-sutia

http://www.youtube.com/watch?v=CfvLiA9_lEk

http://www.youtube.com/watch?v=svoXsHnz46o

http://www.youtube.com/watch?v=idSIVKOfgqA

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Vaias à Dilma






            Em recente discurso feito na Marcha dos Prefeitos a Presidenta Dilma prometeu verba de R$ 3 bilhões para os municípios e cutucou aqueles que são contra a importação de médicos dizendo que tem município que oferece R$ 30 mil de salário e mesmo assim não consegue profissional para trabalhar. Segundo levantamento que fiz, o Brasil possui 5.750 municípios e dividindo este dinheiro daria algo em torno de R$ 500.539,00 para cada um. Mais uma medida demagógica da Presidenta. O que os prefeitos querem é que o Fundo de Participação dos Municípios aumente e não migalhas para calarem a boca. Por isso a Presidenta leva vaias por onde passa.
            Sobre os médicos não aceitarem receber R$ 30 mil para trabalhar em determinadas cidades a Presidenta tem que entender que existem certos lugares que não possuem estradas, os remédios não chegam não há local adequado para atendimento ou condições de se fazer algum procedimento cirúrgico ou exame clínico. Saiba também a Presidenta, que saúde se faz com infraestrutura de transporte, saneamento etc. Presidenta, a Sra. Entendeu os motivos das vaias ou quer que eu desenhe? Chega de migalhas. Repasse mais verbas para educação e saúde ou refaça o pacto federativo.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

E depois das manifestações

                         
O que me preocupa nestas manifestações vai além da ação de alguns baderneiros covardes que, no meio da massa de manifestantes, agem no anonimato destruindo tudo pela frente. Preocupa-me o depois. Assisti o movimento das Diretas Já e de lá nasceu a Constituição de 1988, que julgo ser uma das causas de tantas mazelas que vivemos hoje. Colocaram no papel todos os anseios da sociedade e acabou virando um arremedo de artigos impossíveis de serem cumpridos neste estado paternalista criado em com a Constituição de 1988. Vejam um comentário que retirei do Professor José Pastore (José Pastore é sociólogo, especialista em relações do trabalho e desenvolvimento institucional, professor (aposentado) da Faculdade de Economia e Administração e pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, ambas da Universidade de São Paulo. É membro efetivo da Academia Paulista de Letras) na Internet: Basta observar que na Constituição Federal, a palavra "direito" aparece 76 vezes enquanto que a palavra "dever" aparece apenas quatro vezes. As palavras "produtividade" e "eficiência" aparecem duas e uma vez, respectivamente. O que fazer com um país que tem 76 direitos, quatro deveres, duas produtividades e uma eficiência? Por isto espero que as mudanças que possam ocorrer com estes manifestos se inspirem no discurso dado por JFK nos EUA 1m 1961 em que ele disse ao final: “NÃO PERGUNTEM O QUE OS EUA PODEM FAZER POR VOCÊS E SIM O QUE VOCÊS PODEM FAZER PELOS EUA!” Lembre-se, não esperem nada de nenhum governante. O governo não atrapalhando já faz muito, pois CADA UM DE NÓS TEMOS QUE FAZER A NOSSA PARTE!

domingo, 16 de junho de 2013

Manifestações



Nossa incipiente democracia mostrou diversas formas de manifestações nos últimos dias. Antes de comentar a respeito que fique claro que nenhum político chega a algum cargo de pára-quedas. Chegaram por voto popular pela escolha da maioria dos votos dos eleitores. Cabe a sociedade discutir como esses políticos se elegeram, pois a prática no Brasil é conviver com uma população com baixa escolaridade assistida pelos mais diversos programas assistencialistas, o que por si só desvirtua o ato de votar e as escolhas “conscientes”. As depredações vistas em diversas cidades, sob o pretexto de não aceitar o aumento do valor dos transportes coletivos, demonstraram um atitude estúpida de uma juventude que quer mudanças e não sabe bem o que. Em muito se assemelha ao que vemos pelo mundo em diversas praças e confrontos com a polícia, com movimentos que gestaram nas redes sociais. Outra manifestação, esta saudável, foi a forte vaia que a Presidenta Dilma levou na abertura da Copa das Confederações, ali ficou exposto um desejo de mudança, transparência e fim de corrupção. O público foi ao Estádio Mane Garrincha construído com um orçamento de quase R$ 1 bi e meio para torcer pela Seleção Brasileira e ao mesmo tempo demonstrar que não concorda com estes gastos desmedidos, pois a sociedade clama por um governo que atenda as demandas da área de segurança, saúde, educação, infraestrutura e o fim da corrupção. Será que a Presidenta entendeu o recado?


segunda-feira, 10 de junho de 2013

Tá tudo errado.




            Em recente estudo dos pesquisadores José Soares Neto, Girlene Ribeiro de Jesus e Camila Karino, da Universidade de Brasília (UnB), e Dalton Francisco de Andrade, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Uma Escala para Medir a Infraestrutura Escolar apontou que mais de 44% das escolas da educação básica brasileiras ainda apresentam uma infraestrutura escolar elementar, apenas com água, banheiro, energia, esgoto e cozinha. Segundo os pesquisadores há um percentual alto de escolas que não têm requisitos básicos de infraestrutura, como sala de diretoria, sala de professor e biblioteca, escancarando a necessidade de políticas públicas que visem a diminuir as discrepâncias e promover condições escolares mínimas para que a aprendizagem possa ocorrer em ambiente escolar mais favorável, diz a pesquisa. Apesar deste quadro desfavorável para a educação de base, leis criaram quatro universidades federais no Norte e no Nordeste, justamente em regiões mais precárias no quesito infraestrutura de escolas.
            Publicadas na edição do dia 06 de junho no Diário Oficial da União, leis criam duas universidades na Bahia, uma no Pará e uma no Ceará que juntas vão oferecer 145 cursos e 38,3 mil vagas para estudantes até 2018. Com as quatro instituições, o número de universidades federais no país chegará a 63. Segundo a Presidenta Dilma Roussef, as universidades que serão abertas terão papel relevante na redução das desigualdades regionais.
            Convenhamos que mais uma vez o governo se equivoca ao jogar fora os recursos públicos de educação em novas universidades. No Brasil, temos inúmeras universidades federais e diversos Institutos Federais que oferecem cursos de graduação com vagas preenchidas através de cotas para contemplar os afro-descendentes e alunos oriundos da rede pública, que tem imensas dificuldades de acompanhar o curso devido a péssima base que tiveram ao longo de seus estudos. O estado deve priorizar a educação de base com urgência, pois estamos perdendo a chance de criar uma mão de obra qualificada e de inserir jovens no mercado de trabalho. Ou a solução será cotas e bolsa família para o progresso do Brasil?

terça-feira, 28 de maio de 2013

Bolsa Família.





O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, pediu desculpas nesta segunda-feira (27/05/2013) pelas informações incorretas divulgadas pelo banco sobre a liberação antecipada dos recursos do programa Bolsa Família. No fim de semana retrasado, boatos sobre o fim do programa levaram milhares às agências em ao menos 12 estados do país. O que se viu na televisão foi uma aglomeração de gente tentando sacar a grana durante horário de expediente. Observei nos noticiários o grande número de jovens com idade para estudar e trabalhar.  Este programa, assim como as cotas para universidades, escancara para todos que o estado faliu na tentativa de formar jovens com capacidade de empreender e galgar postos de trabalho qualificados. Diversas cidades pelo Brasil têm dificuldade de preencher vagas por falta de gente preparada, enquanto o Brasil perde em produtividade em comparação com outros países desenvolvidos. A Presidenta Dilma, em seus discursos de palanque vende a idéia de que inúmeras famílias foram tiradas da pobreza. A melhor forma de tirar alguém da miséria é ensinando a pescar e não dando “mesada”! Mas sem dúvida nenhuma estes programas dão voto!             

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Paliativos protelativos.






            A última idéia que nasceu de Brasília soma-se a outras tantas que demonstram a falta de competência de um Estado que arrecada como nunca e não consegue gerir seus recursos: importar 6.000 médicos cubanos para interiorizar a medicina no País! Este arremedo de federalismo, em que 70% da arrecadação tributária vai para Brasília é perverso. Recentemente batemos recorde de arrecadação, chegando na marca de R$ 600 bi com muito mais antecedência do que o ano passado e mesmo assim não conseguimos dar conta de distribuir esta riqueza em forma de saúde e educação digna, por exemplo.
            Qualquer visita a um posto de saúde no interior vai nos mostrar (com raras exceções) que os médicos trabalham sem condições de trabalho. Sem medicamentos, material de sutura, dificuldade de encaminhar paciente para exames ou baixar em algum leito de hospital, os profissionais de saúde têm que fazer mágica para fazer um bom atendimento. O que assistimos é o prefeito comprando uma ambulância e encaminhando os pacientes para a capital, tornando as emergências um verdadeiro caos. Será que os médicos cubanos serão capazes de atender de melhor forma? Talvez consigam, pois a medicina cubana se mostra atrasada quando se fala em equipamentos e infraestrutura, Mas a solução não é importar médicos e sim dar salário digno e estrutura de atendimento. O mesmo arremedo de solução paliativa nós encontramos na educação: com a falta de investimento em educação de base, oferecemos cotas em universidades, mesmo que estes alunos não consigam completar o curso por dificuldade de acompanhar as matérias, devido à falta de um mínimo conhecimento. 
            Recursos nós sabemos que o governo tem. Mas a corrupção, a fábrica de verdadeiros marajás com salários elevados para funções pouco qualificadas e obras superfaturadas fazem com o dinheiro não chegue onde deve. 

sábado, 27 de abril de 2013

Pode fechar o Congresso!





O que mais se ouve falar em todas as rodas é sobre o tal Custo Brasil, composto da falta de infraestrutura, sistema tributário caótico, burocracia, leis trabalhistas ultrapassadas e corrupção. Os eleitores brasileiros, quando vão às urnas, depositam seu voto – e sua esperança – para que os políticos executem reformas que possam dar uma nova cara ao Brasil, elevando o país a um patamar de desenvolvimento e qualidade de vida que faça jus aos impostos pagos. Mas infelizmente não é isso que se vê sair do Congresso, que se afunda em corrupção, inoperância – com tantos projetos engavetados – e ainda executam manobras para impedir que o Ministério Público investigue e o Supremo Tribunal Federal decida sobre questões constitucionais. Assim, simplificando: não querem ser investigados e nem julgados.
            O que assistimos com este quadro é um país que patina com um pibinho. Para se ter uma idéia, enquanto se comemora a super-safra de grãos, temos dificuldade de escoar a produção e exporta-la (já tivemos encomendas suspensas por quebra de contrato). Ao mesmo tempo em que não temos linhas de trem para levar nossas riquezas ao mercado consumidor e aos portos, convivemos com os desmandos da empresa pública Valec Engenharia Construções e Ferrovias S.A., vinculada ao Ministério dos Transportes, e responsável pela construção da ferrovia Norte Sul. O ex-presidente desta estatal, José Francisco das Neves, conhecido como Juquinha das Neves, responde por crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Quando foi candidato a deputado federal, em 1998, Juquinha declarou ter um patrimônio de R$ 560 mil. Durante as investigações de corrupção foram aprendidos aproximadamente R$ 60 milhões em bens e recursos bancários.
            Além da logística, fazem parte do Custo Brasil, o sistema tributário em cascata, com inúmeras normas que tornam a vida das empresas um verdadeiro inferno com tanta burocracia para pagar e estar em dia com o Fisco. Pior é que quem paga esta conta é o consumidor, pois aqui no Brasil a maior incidência  de impostos recai sobre o consumo e não sobre a renda, penalizando os mais pobres. A legislação trabalhista, datada de 1943, urge por mudanças. A CLT não contempla a modernização da economia e o avanço da tecnologia, engessando a relação empregador e empregado e dificultando a criação de novos postos de trabalho.
            Como se vê, as reformas estão todas engavetadas no Congresso. Elas não andam e o que se assiste é um discurso vazio, apadrinhamento de políticos corruptos e despreparados em cargos importantes de ministérios e estatais. Creio que nem passa na cabeça do Congresso modificar algo, pois dar educação e saúde para o povo significaria criar uma massa crítica mais qualificada e não haveria sentido as políticas demagógicas de assistencialismo que garantem a perpetuação no poder destes políticos profissionais. 

quinta-feira, 28 de março de 2013

Do que o Brasil é capaz?







            No livro “A Queda” do jornalista Diogo Mainardi, onde ele escreve memórias de um pai e de seu filho que nasceu em Veneza com paralisia cerebral, decorrente de um erro médico, o autor diz que o maior talento dele é ir embora do Brasil e que ninguém sabe ir embora do Brasil melhor do que ele. Não pude morar fora do Brasil, mas tive a oportunidade de conhecer o Japão em 2006 e retornei de lá com uma enorme inveja daquele povo e de como eles enfrentam suas dificuldades – enorme população e perigo iminente de terremoto. As ruas de Tókio eram limpas, o cidadão respeitava a faixa de segurança, a infraestrutura de transporte funcionava com um emaranhado de linhas de metrô tornando o trânsito da capital japonesa bastante aceitável. Retornando ao Brasil, tive um choque ao ver a montanha de lixo que se acumulava nas ruas de São Paulo e a dificuldade de trafegar no trajeto de Guarulhos até Congonhas.
            Coloco todas estas questões, pois o antigo Presidente Lula, aquele que achava que o país começou no governo dele (lembram da frase “Nunca antes na história deste páis”?) assumiu o compromisso de promover uma Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos em uma atitude de megalomania. O que se vê nos noticiários é o atraso de obras, dificuldade de cumprir cronogramas, como a implementação da tecnologia 4G para os celulares, prometida para Copa e longe de funcionar de fato, estradas, aeroportos e sistemas de transportes precários que farão das cidades envolvidas com os eventos um caos maior do que se vive hoje em dias “normais”. Ainda que a palavra da Presidenta e de seus assessores seja de otimismo, a história recente mostra que o Brasil não é capaz de realizar um grande evento de forma eficaz, deixando algum legado para a população. O que se vê no Rio de Janeiro, que sediou os Jogos Pan-Americanos de 2007, é a prova viva. A prefeitura está demolindo o ginásio do velódromo construído por R$ 14 milhões para fazer um outro maior. As ruas do condomínio que abrigou a Vila Pan-Americana estão cedendo, passando de dois metros o desnível da rua para a entrada do edifício, que está toda protegida por tapumes. O parque aquático Maria Lenk, que custou R$ 80 milhões, não servirá para 2016 e será construído outro. O Maracanã, reformado para o Pan de 2007 ao custo de R$ 304 milhões está sendo reconstruído para a Copa por mais de R$ 900 milhões. Por último, o Engenhão foi interditado por tempo indeterminado, com a sua cobertura ameaçada de cair por falha de execução do projeto.
            O que o Brasil realmente é capaz é de mostrar para o mundo como somos incompetentes. Não conseguimos escoar nossa produção de grãos por falta de portos adequados e estradas esburacadas. A educação de base fornecida pelo governo é de um nível lamentável, com falta de escolas dignas e professores preparados. Doentes empilhados em corredores de hospitais, mais parecendo cena de guerra. Mas o governo da Presidenta consegue, incrivelmente, manter uma boa aceitação popular, pois o povo recebe “ajuda social” de todos os tipos, empurrãozinho para o jovem oriundo do ensino público entrar em curso superior através de cotas e “vistas grossas” na avaliação do ENEM e o discurso de que com o dinheiro do pré-sal finalmente teremos recursos para a educação ou de um PAC milagroso tirado da cartola da Presidenta. Com o estado inchado e gastos do governo nas alturas seremos capaz de virar a Grécia ou a Venezuela de amanhã, cujo governo usava o dinheiro do petróleo para “comprar” os eleitores. Periga sermos capaz de fazer a Petrobras se tornas a PDVSA (estatal de petróleo sucateata da Venezuela). Do que o Brasil é capaz?
           

quinta-feira, 7 de março de 2013

Adeus Pai Chávez.







            Assisti nos telejornais ao povo venezuelano comovido com a morte do Comandante Hugo Chávez. Para entendermos como um populista, com ares de Fidel Castro, chegou ao poder e mudou as instituições para se perpetuar no poder, calando os opositores e fechando empresas de comunicação contrárias ao seu governo, temos que voltar no tempo. A Venezuela, em sua história recente, conviveu com uma disparidade enorme, ao lado de mansões, habitações luxuosas e carros caríssimos, tínhamos favelas e extrema pobreza. O surgimento do Comandante Chávez, que usou o dinheiro do petróleo para distribuir benefícios para a população, agradou esta grande massa desamparada. Estava pronta a receita para se perpetuar no poder e ganhar a simpatia do povo. Este tipo de populista prolifera pela América Latina “comprando” a população e políticos a custa de corrupção e desta forma se perpetuam no governo por longos anos.
            Mas como não deixar margem para o surgimento destes político demagogos? A lição que temos mais próxima vem dos Tigres Asiáticos: investimento em educação e infraestrutura. Foi desta forma que a Coréia do Sul ultrapassou o Brasil, diminuindo a pobreza e produzindo tecnologia de ponta. Enquanto na América Latina a “distribuição” de renda é feita através de políticas assistencialistas tão somente. Desta forma, o estado perdulário cobra da população um fardo pesado em impostos e tributos, sem um aumento da produtividade ou criação de tecnologia de ponta. Pobre América Latina.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Por um Che Guevara Liberal.







            Li um artigo do jornalista Marcos Rolim onde ele citou um pensamento de Max Weber, durante uma conferência realizada em 1919. “Para Weber, a política deve ser compreendida como uma atividade peculiar na qual, muitas vezes, o “bem” pode gerar o “mal”. Segundo o artigo, “Weber chama a atenção para o fato de que, na atividade política, não é rigorosamente possível que o sujeito se oriente apenas segundo suas convicções, porque é da natureza da atividade que eles decidem ponderam sobre as conseqüências de seus atos.” Depois de ler este artigo brilhante lembrei do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que começou as reformas macroeconômicas (Plano Real) que tiraram o Brasil da espiral inflacionário, dando um novo impulso para a economia. Com formação socialista e diversos textos publicados sobre o tema, FHC disse: “- Esqueçam o que escrevi!” Ele sabia que rumo que o mundo estava tomando que as idéias do passado não cabiam mais no momento. É um pouco do pensamento de Max Weber, muito bem lembrado pelo Jornalista Marcos Rolim.
            O que me preocupa é que a esquerda que tomou conta de diversos países da América Latina, busca fazer sua revolução “bolivariana”, pouco se importando com as seqüelas que deixarão no futuro. O partido da Presidenta, nos oito anos de governo Lula, acabou com diversas bases institucionais construídas durante o período FHC, como as Agências Reguladoras, aparelhando o Estado e criando um clima de insegurança entre os agentes econômicos. O atual governo segue a mesma linha com suas medidas populistas, pondo em risco o futuro da Petrobras e do sistema de geração e distribuição de energia por exemplo. Esta esquerda que está no poder não mede esforços para se perpetuar, comprando votos (Mensalão) ou instruindo militantes de seus partidos para recepcionar com vaias e palavras de ordem contra a blogueira Yoani Sánchez.
            Por toda a América Latina temos líderes populistas e fascistas acabando com todas as instituições internas com uma tsunami de decisões desastrosas, travestidos de democratas, implementam sua ditadura aos moldes de Cuba. Na Venezuela encontramos os chavistas, que terminaram com setores da imprensa que eram contra o poder, maquiam dados da economia (inflação) e compram votos da população com uso do dinheiro do petróleo. Temos também o Evo Morales, estatizando a rodo todas as empresas privadas que ele julga serem estratégicas, construindo museu em sua própria homenagem e rebatizando nome de aeroporto com seu próprio nome, bem ao estilo de ditadores comunistas. Na vizinha Argentina, a presidenta Cristina, ao melhor estilo peronista, leva o país para o mais profundo calabouço, travando uma luta contra o jornal Clarín, congelando preços e destruindo a estrutura interna do país. Segundo o escritor argentino Marcos Aguins – autor do livro “O Atroz Encanto de Ser Argentino” – ninguém triunfa mais na Argentina de forma honesta, mas por meio de manobras desonestas. O autor diz que “a maior parte dos argentinos chegou a cometer o pecado da arrogância porque o país prosperava de forma rápida e intensa. Era um dos mais ricos e cultos. Hoje, há muitos argentinos sendo arrogantes, mas é uma forma de encobrir a impotência. Psicologicamente, sabe-se que se age ao contrário para tapar uma vergonha.” Particularmente, com tudo que acontece na América Bolivariana, seria de esperar a chegada de um Simão Bolívar liberal ou de um Che Guevara sedento por democracia e liberdade econômica.    

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A Kiss e o Presidente da Câmara.






            Ao final de 2011, durante a cerimônia dos melhores do Brasileirão, em São Paulo, chamado ao palco pelo apresentador Luciano Huck para entregar um dos troféus, o Presidente da Câmara dos Deputados surpreendeu ao dar uma “cutucada” no conterrâneo Leandro Vuaden, eleito árbitro número 1 do Brasil naquela competição, ao abrir o envelope com o nome do juiz eleito e protestar contra pênalti marcado em um Gre-Nal.  Leandro Vuaden não gostou da brincadeira. Tirou satisfações do presidente da Câmara.
            Durante o julgamento do Mensalão, Marcos Maia mostrou toda a sua “solidariedade” aos colegas envolvidos, considerando que a decisão do STF de cassar deputados condenados no julgamento é “ingerência” da corte sobre as atividades parlamentares. Os juízes do STF decidiram pela perda dos direitos políticos dos deputados condenados.
            Agora, com o Brasil chorando a morte de jovens universitários em Santa Maria, no trágico incêndio da Boates Kiss, o Presidente da Câmara anuncia a criação de um grupo de trabalho que deverá elaborar legislação federal sobre concessão de alvarás e prevenção de incêndio, unificando regras, que atualmente são de competência de estados e municípios.
            Nos três episódios o Deputado Marcos Maia mostrou soberba e onipotência. Falta de educação no primeiro caso. Corporativismo no segundo. Oportunismo no terceiro. Leis de prevenção contra incêndio não faltam no Brasil e de nada adianta passar para a competência do governo federal se não houver fiscalização adequada e aplicação das normas. Sabe-se que em Santa Maria as regras eram severas e ocorreu alguma falha que a polícia e a perícia estão investigando. Oportunismo em cima da dor é algo leviano Marcos Maia. Como gaúcho fico envergonhado cada vez que este conterrâneo aparece em frente as câmeras de televisão e microfones de rádio.