terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A Kiss e o Presidente da Câmara.






            Ao final de 2011, durante a cerimônia dos melhores do Brasileirão, em São Paulo, chamado ao palco pelo apresentador Luciano Huck para entregar um dos troféus, o Presidente da Câmara dos Deputados surpreendeu ao dar uma “cutucada” no conterrâneo Leandro Vuaden, eleito árbitro número 1 do Brasil naquela competição, ao abrir o envelope com o nome do juiz eleito e protestar contra pênalti marcado em um Gre-Nal.  Leandro Vuaden não gostou da brincadeira. Tirou satisfações do presidente da Câmara.
            Durante o julgamento do Mensalão, Marcos Maia mostrou toda a sua “solidariedade” aos colegas envolvidos, considerando que a decisão do STF de cassar deputados condenados no julgamento é “ingerência” da corte sobre as atividades parlamentares. Os juízes do STF decidiram pela perda dos direitos políticos dos deputados condenados.
            Agora, com o Brasil chorando a morte de jovens universitários em Santa Maria, no trágico incêndio da Boates Kiss, o Presidente da Câmara anuncia a criação de um grupo de trabalho que deverá elaborar legislação federal sobre concessão de alvarás e prevenção de incêndio, unificando regras, que atualmente são de competência de estados e municípios.
            Nos três episódios o Deputado Marcos Maia mostrou soberba e onipotência. Falta de educação no primeiro caso. Corporativismo no segundo. Oportunismo no terceiro. Leis de prevenção contra incêndio não faltam no Brasil e de nada adianta passar para a competência do governo federal se não houver fiscalização adequada e aplicação das normas. Sabe-se que em Santa Maria as regras eram severas e ocorreu alguma falha que a polícia e a perícia estão investigando. Oportunismo em cima da dor é algo leviano Marcos Maia. Como gaúcho fico envergonhado cada vez que este conterrâneo aparece em frente as câmeras de televisão e microfones de rádio.