quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O voo da galinha






           




           O “voo da galinha” é uma expressão usada largamente para falar a respeitos dos súbitos crescimentos da economia brasileira, tendo em vista que o cenário interno não colabora para que a economia decole de forma sustentável e duradoura. Tomara que eu esteja errado e algum outro fenômeno conceda ao Brasil mais tempo de crescimento (mesmo que de um “pibinho”). Mas a realidade é que “nunca antes na história deste país” o Brasil cresceu de forma consistente fruto de uma China sedenta por nossas commodities.
            Contudo, o Brasil requer dar mais um passo e este escriba já está cansado de falar em todos os espaços. Mas vamos repetir: investir em educação, infraestrutura, implementar um sistema federalista que possibilite que as receitas não se concentrem em Brasília (70% da arrecadação tributária vai para lá), enxugar o estado (durante o governo petista foram criados inúmeros ministérios – o mais recente é o Ministério da Micro e Pequena Empresa),  dar autonomia às agências reguladoras, reformular o sistema tributário e as leis trabalhistas, acabar com a corrupção e a burocracia . Enfim, uma série de medidas que possibilitem que o “Custo Brasil” não emperre o crescimento sustentável. A China, que “sustenta” a nossa economia importando minério de ferro e grãos, acaba de mudar seu governo com um novo planejamento que fará com que nosso parque industrial perca mais importância no cenário mundial, pois será impensável competir com economia que investe bilhões de dólares em ensino pesquisa, com uma mão-de-obra qualificada e um custo de produção bem menor ao passo que por aqui temos que trabalhar seis meses para pagar impostos e arcar com o tal “Custo Brasil” citado acima. Resultado logo adiante: recessão, inflação e dificuldade de manter o superávit primário.

Porto inseguro






            As agências reguladoras foram criadas para agir de forma independente, apolítica e sobretudo técnica, regulando os mais variados serviços concedidos pelo estado, principalmente após a privatização de diversos setores controlados pelo governo até o período do presidido por FHC. Contudo, o governo petista tirou o caráter “independente” das agências, loteando cargos políticos deixando o lado gerencial, profissional de alta capacidade técnica em segundo plano (ou em plano nenhum) e o que se vê é o uso de tais agências para servir a interesses particulares, por meio de compra de pareceres. A “Operação Porto Seguro” demonstrou bem tal realidade e por mais célere que tenha sido publicado no Diário Oficial as demissões dos envolvidos no esquema, dificilmente a Presidenta Dilma conseguirá debelar novos casos de corrupção se não devolver às agências o caráter original: autonomia, sem intervenção política.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Férias Frustradas





Estou com férias marcadas para janeiro de 2012 e parece que não conseguirei converter meus pontos do ITAUCARD para o programa MULTIPLUS da TAM. Até o ano passado lembro que conseguia baixar o mínimo de 3.000 pontos para o referido programa e, para minha surpresa, a exigência agora é de 20.000 pontos. No meu cartão tenho 16.000 pontos e a minha mulher cerca de 15.000 pontos e não vamos conseguir viajar. Pior é que os tais 20.000 beneficiem aqueles que gastam fortunas no cartão, pois dificilmente alguém conseguirá juntar tal pontuação sem que alguns pontos caduquem pelo caminho. É muito bonito o Luciano Huck se apresentar nos reclames na TV mostrando que só o “Itaú tem um Itaú de Vantagens” e na hora que mais preciso eu fico na mão. Só me resta cancelar os cartões e contar minha história nas mais diversas redes sociais.

sábado, 10 de novembro de 2012

Ministério da Micro e Pequena Empresa!?



As empresas brasileiras gastam cerca de 2600 horas anuais (108 dias) para ficarem em dia com Fisco, calculando qual é parte que o governo morde de seu negócio. Levamos tanto tempo pagar algo por volta de 60 tributos (ICMS, CSLL, ISS, etc.) e para entender o emaranhado de regras e exigências que são editadas por técnicos de plantão (30 normas por dia). Convivemos com uma burocracia excessiva - levamos 120 dias e 13 idas e vindas a cartórios e órgãos do governo para a simples abertura de uma empresa, enquanto em países ricos é feita em no máximo 12 dias. Ainda temos como grande obstáculo ao empreendedorismo a defasada CLT, falta de educação que acarreta em uma mão de obra despreparada e improdutiva, insegurança e tudo mais que faz do Brasil um péssimo ambiente para negócios e desenvolvimento.
            Sabemos que para o Estado resolver isso tem que passar por reformas estruturais que o tornem mais enxuto e eficiente e que, por conseguinte, seja possível ser menos burocrático e conviva com um sistema tributário que não puna as empresas (na realidade o cidadão é que paga no consumo).  Contudo, como o partido do governo segue a prática de criar ministérios para os “companheiros” que perdem eleições (Ministério das Cidades, Ministério da Pesca etc.), foi criado o Ministério da Micro e Pequena Empresa, que nasce com 68 cargos em comissão, alem do ministro-chefe e do secretário executivo da pasta, a um custo anual de R$ 7,9 milhões por ano. Certamente esta nova pasta não ajudará em nada tornar o “ambiente de negócios” mais atrativo, mas vai deixar feliz muitos “amigos do Rei”!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Viés socialista







            Por mais que o Governador Tarso Genro queira aparecer como um cidadão intelectual, avançado em seu tempo, está no seu DNA o viés socialista que nasceu desde a fundação do Partido dos Trabalhadores (mesmo que hoje o PT tenha perdido o seu rumo original). Exemplos não faltam, passamos pela idéia do Estado retomar estradas concedidas a iniciativa privada, com a criação da EGR – Empresa Gaúcha de Rodovias, mesmo que o DAER tenha as mesmas prerrogativas – e implique em briga judicial com a Univias, podendo acarretar bilhões de reais em prejuízo ao Tesouro do Estado. Esta volta ao passado demonstra que os governantes esquecem de como as estradas eram ruins e o que representa para quem transita ter condições satisfatórias para se trafegar. O Governo do Estado do Rio Grande do Sul deveria fortalecer a AGERGS para que a mesma fiscalizasse as concessionárias e impusesse multas em caso de descumprimento de contrato.
            Mais recentemente, tivemos uma comitiva de políticos, secretários, empresários, juntamente com o Governador Tarso Genro, visitando Cuba, na tentativa de alavancar negócios e parcerias. As dificuldades são imensas, pois o governo Cubano não dispõe de tecnologia para nos passar, tampouco de recursos financeiros para adquirir novos produtos. A única nota que li a respeito de um possível negócio vantajoso foi a tentativa de a indústria moveleira equipar as redes de hotéis na paradisíaca Varadero. No mais, todo investimento cubano necessitará de empréstimos que virão de instituições financeiras brasileiras (gaúchas). O que Cuba tem a ensinar não serve para a realidade que vivemos, a não ser ao sonho socialista do Governador Tarso.