sexta-feira, 15 de novembro de 2013

PT do Bras!






            Na inauguração da plataforma P-55 a Petrobras gastou no evento R$ 1,2 milhão com montagem e locação de tenda, piso e palco, climatização, locação de equipamentos, comunicação visual e até alimentação. Contudo, a Presidenta Dilma não apareceu devido ao mau tempo. Recentemente, a Presidenta Dilma, juntamente com a cúpula da Petrobras, inaugurou a plataforma P-58 que deverá atuar na costa do Espírito Santo. Na ocasião, entre discursos e aplausos, recebeu por parte dos operários a preocupação do eminente desemprego naquela região. Foi prometido que em março a Petrobras deverá fazer uma nova encomenda. Fica claro que a Petrobras é usada de forma eleitoreira para controlar a inflação subsidiando o preço dos combustíveis e criando empregos efêmeros quando produz navios e plataformas por preços mais caros do que encontrados em pólos navais mais adiantados como a Coréia do Sul. O desenvolvimento de uma região e de um país se dá através de planejamento, investimento em educação, mão-de-obra, infraestrutura e criação de condições para empreendimentos crescentes e sustentáveis com um bom ambiente de negócios. Fica a questão: será que em Rio Grande será possível criar uma indústria naval que chame a atenção do mundo com preço e qualidade semelhante à Coréia do Sul ou ficará dependente de encomendas esporádicas da Petrobras?
            Se formos analisar o crescimento da indústria naval coreana veremos que nasceu de uma política de governo. Depois de uma guerra civil que vitimou 3 milhões de habitantes e dividiu a península em dois países, era preciso estruturar a economia da nação. O ex-general e então presidente da Coreia do Sul, Park Chung-hee, governante do país de 1961 a 1979, defendia que o caminho era tirar vantagem das características geográficas da península. O presidente tinha certeza de que a saída para vencer a pobreza seria pelo mar e assim nasceu na Coréia a melhor indústria naval do mundo. Dos dez maiores estaleiros do mundo, sete estão na Coréia. O país detém um terço da carteira internacional de produção de navios, atividade que é um dos principais motores de sua economia – responde por 6% do PIB. Pelo menos 200 mil coreanos estão empregados na construção naval.
            Mas a Coréia do Sul precisava dar um salto e para tanto investiu pesadamente em educação. Segundo o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2010 , os alunos sul-coreanos ficaram em quinto lugar na prova que testou seus conhecimentos em matemática, ciências e leitura. Dados do Banco Mundial divulgados em 2011 apontaram que 98% dos jovens entre 25 e 34 anos completaram o ensino médio. Esse patamar de qualidade e de acesso à educação foi atingido, segundo especialistas, graças a um maciço investimento em educação (em 2009, segundo o Banco Mundial, esse investimento foi de 5% do PIB, ou seja, US$ 47,1 bilhões) – principalmente na formação dos professores, no investimento em material de apoio e na melhoria da estrutura e funcionamento das escolas – combinado com a cultura asiática de disciplina e valorização do ensino. Desta forma, a semente plantada com a indústria naval replicou em segmentos como automóveis e eletrônicos e siderurgia, transformando a Coréia do Sul na 12° economia do mundo. Com quase 50 milhões de habitantes, desde os anos 50 a Coréia conseguiu a proeza de multiplicar seu PIB per capita de US$ 70 para US$ 24,8 mil por habitante ao ano.