quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Disneyland e Coréia do Norte.


A morte do ditador norte coreano Kim Jong-il chamou mais a atenção pelas excentricidades que envolveram o “baixinho de topete” e pelo medo de que o sucessor, filho de Kim, Kim Jong-um, cometa algum ato bárbaro, visto que a Coréia do Norte tem bomba atômica. Japão, Coréia do Sul e EUA estão em alerta.

            No país mais fechado do mundo a família do ditador se abria (ou tentava se abrir) para as delícias do mundo liberal, democrático capitalista. Consta que na adega do ditador, que vestia roupas estranhas e usava salto para parecer mais alto, havia uma quantidade enorme de vinho francês, além do uso particular de um trem luxuoso, pois o ditador tinha medo de avião. Agora, o que demonstrou o grau de frustração do povo, que vive sem acesso a Internet, Ipod e nada pode foi à tentativa de um filho do ditador de entrar com passaporte falso no Japão para conhecer a Disney.  Precisa dizer mais? Mais patético que o Pateta é as imagens do povo chorando, parecia mulher carpideira (profissional que chora junto ao defunto mediante pagamento). 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O Homem e a Máquina


O homem e a máquina

A gestão pública brasileira precisa de um brutal choque de eficiência. O empresário Jorge Gerdau foi o escolhido para liderar o processo, levando experiência do setor privado para o governo federal. Até onde Gerdau conseguirá ir? EXAME – 30/11/2011
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            O trabalho que o empresário Jorge Gerdau terá que fazer a frente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade é praticamente impossível na minha visão. Sei que ele é obstinado e está sempre em busca de desafios. Contudo, lutar contra uma máquina corrupta, inchada, com loteamento de cargos, corporativismo e burocracia é algo desumano. Falo com conhecimento de causa, pois sou servidor público e pude comprovar na prática tudo aquilo que pensava antes de assumir meu cargo: o estado é perdulário – para dizer o mínimo. 
 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Greves




               Quando na oposição, o PT cobrava dos governos em situação no Rio Grande do Sul uma solução imediata para o atendimento das reivindicações das mais diversas classes dos servidores públicos – via-se professores do CPERS em passeata e bandeira do partido em meio à multidão. Agora no poder novamente, o  governo petista sofre pressão da Brigada Militar (Tarso Genro prometeu que até o final do mandato, em 2014, um soldado teria rendimento de R$ 3,2 mil), que silenciosamente manifesta sua indignação através de atos de sabotagem somada com a paralisação do CPERS quase no fim de ano letivo (professores pedem o Piso Salarial para professores de R$ 1.187, hoje, o professor recebe R$ 790 para 40 horas semanais). Vamos ver como o governo consegue atender aos pedidos sem caixa suficiente, pois em outros tempos os “companheiros” diriam que “basta a vontade política para conceder aumento”.

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Piso sem fundos.



Em 16 de julho de 2008 foi sancionada a Lei n° 11.738, que instituiu o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica. Agora, no final de 2012 - faltando poucos dias para o término do ano letivo – o CPERS/Sindicato reivindica que o governo do Estado do Rio Grande do Sul para que o piso nacional seja integralizado imediatamente. A luta por maiores salários é justa e vem de longe. O momento é inadequado. E este absurdo chamado piso nacional não tem fundamento, pois estados com arrecadações, quadro funcional, gastos de custeio distintos não podem assumir um compromisso imposto por uma lei.


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Fumaceira na USP.





            Em maio o aluno de Ciências Atuariais, Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, foi morto com um tiro na cabeça no estacionamento da USP. Após este episódio Antonio Raviolli, diretor do Centro Acadêmico da Faculdade de Economia, Administração-USP mobilizou diversas pessoas através do Facebook para protestar em frente a faculdade. Esta fato resultou em um acordo com a Polícia Militar de São Paulo apoiando a guarda universitária.
            Agora, estudantes da USP ocupam a USP, pois a PM abordou alunos por uso de drogas dentro da Cidade Universitária, na Zona Oeste de São Paulo (com certa truculência, segundo os manifestantes). Reivindicam a revogação do convênio firmado entre USP e a Polícia Militar para fazer a segurança na Cidade Universitária e a retirada de processos administrativos e criminais movidos contra alunos e funcionários pela instituição. De acordo com os manifestantes esses processos são políticos, impetrados pela USP para intimidar o movimento estudantil.
            Convenhamos que os movimentos estudantis sempre agiram de forma agressiva e incompreensiva.  Queriam segurança após a morte de um aluno e agora pedem o afastamento da PM. A realidade é que a PM deve continuar e que a USP é lugar de estudo e não local para se fazer uso de droga. A USP deveria expulsar os alunos e cobrar os estragos feitos pelos manifestantes. Vamos ver quem ganha a queda de braço.
           

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Do discuros a prática.

Neste momento, assistimos pela televisão seguidos boletins sobre o estado de saúde do ex-presidente Lula. Torço para que ele se recupere plenamente. Agora, a forma como foi buscado o tratamento vem de encontro ao discurso e bravatas que escutamos do Presidente Lula no período em que esteve no poder.

Para que o leitor relembre, quando no governo, Lula falou que : “Uma das razões pelas quais a escola pública foi se deteriorando é porque grande parte da classe média se afastou dela. Para não brigar (por qualidade), decidiu colocar os filhos na escola particular. E pagar na mensalidade de 3º ano primário o mesmo preço de uma universidade particular”. Pois, o Fábio Luiz da Silva – o Lulinha – estudou em escola particular, por exemplo.

Em 2010, quando inaugurava uma Unidade de Pronto Atendimento do SUS no Recife disse que "ela está tão bem localizada, tão bem estruturada, que dá até vontade de ficar doente para ser atendido". Horas depois, teve uma crise de hipertensão e internou-se num hospital privado. Com a descoberta do câncer, Lula não titubeou e socorreu-se do Sírio Libanês, gastando algo em torno de R$ 50 mil. Assim como ele, “companheiros” como a Presidenta Dilma e José de Alencar fizeram seus tratamentos no Sírio. Os “companheiros” alteraram o nome do Instituto do Câncer Octavio Frias de Oliveira homenageando José de Alencar que nunca fez um tratamento por lá.

A realidade é que SUS e planos de saúde entraram todos no “mesmo saco”. Os pacientes têm que enfrentar longas filas de espera e meses para conseguir marcar um exame ou consulta. Agora, tendo recursos e pagando em “cash”, como fez o Presidente Lula, o atendimento é rápido e eficiente.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

E se a China derrapar?


Em depoimento dado à imprensa (10/11/2011) o ministro da Fazenda, Guido Mantega disse que está na torcida para que não haja uma desaceleração da economia da China. Segundo ele, o comércio exterior é o caminho mais provável por onde pode haver contágio da crise internacional para o Brasil. Como a China importa muita matéria-prima brasileira, um menor ritmo do gigante asiático, provocado pela queda nas compras de bens produzidos naquele país, pode reduzir o dinamismo da economia nacional. "Até agora não fomos afetados no comércio exterior, que é por onde aconteceria o contágio", disse, lembrando que, "infelizmente", o Brasil exporta mais commodities do que produtos manufaturados. "O perigo é que, com a contração da economia mundial, que vai suceder essa crise, países emergentes dinâmicos, como a China, sejam afetados. Temos de torcer para que a economia chinesa não tenha uma desaceleração. Essa é a nossa preocupação, porque aí sim nos afeta. Nosso maior parceiro comercial hoje é a China", lembrou. "O nosso temor é de que isso acabe comprometendo o comércio entre países emergentes, que se mantém em patamar elevado", acrescentou.

Esta declaração é um atestado de quão frágil é a economia brasileira. Enquanto “nunca antes na história deste país” tivemos um crescimento real com distribuição de renda a ascensão de uma nova classe média (é bem verdade que a tal “classe média” não passa de ex-miseráveis que hoje têm algum poder de compra), o atual governo lida com um cenário nada propício para a economia. Com um país sem educação, com o “Custo Brasil” beirando as alturas, juros exorbitantes, infraestrutura em frangalhos, elevada carga tributaria e estado perdulário, dependemos da China para vender nossas commodities e caso o “Dragão Chinês” pise no freio as nossas contas internas não fecharam e seremos a Grécia de amanhã sem ter a Alemanha para nos salvar. E a China resolverá a sua situação calando a população na sua “democrática economia de mercado”.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Elixir paregórico e o IPI.


Lembro que na minha infância, quando tinha alguma tipo de mal estar, minha mãe dava para mim o elixir paregórico*.Até hoje não sei bem para servia. Era um remédio amargo e eu tomava fazendo cara feia. Agora, o decreto regulamentando o aumento de 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados parece muito o tal remédio amargo. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) considera que as mudanças chegam em boa hora para proteger a indústria automobilística nacional, que sofre com a perda de competitividade.

Contudo, se fizermos um estudo sobre os motivos da falta de competitividade vamos apontar diversas razões que fazem com que o Brasil perca competitividade: corrupção administrativa elevada; déficit público elevado; burocracia excessiva para criação de uma empresa; taxas de juros; spread bancário exagerado (um dos maiores do mundo); obstáculos para importação e exportação, que dificultam o comércio exterior; uma das maiores cargas tributarias do mundo; altos custos trabalhistas; sistema previdenciário que encarece a folha de pagamento, falta de infraestrutura e legislação fiscal complexa e ineficiente.

Esta medida do governo, assim como outras tantas, têm o efeito de placebo. Até amenizam certos problemas que sofrem nossa economia, mas nem de longe agem nas causas e, desta forma, vamos deixando de fazer as reformas estruturais que tanto necessitamos, contemplando os anseios de poucos e prejudicando a maioria silenciosa que paga caro para ter acesso a bens, serviços públicos de qualidade ou de obter algum emprego.

*Tintura de ópio ou elixir paregórico é um medicamento da classe dos narcóticos, de administração oral, utilizado como antidiarréico e analgésico. Muito popular no Brasil, é tradicionalmente usado nos casos de diarreia. Por ser um opiáceo, potencialmente causador de adição, tem seu uso controlado.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Terror chinês.


Muito tem se falado a respeito da recessão mundial, processo de desindutrialização no Brasil e crise no Oriente Médio. Mas cabem aqui algumas reflexões. O medo do terror que assola o mundo ocidental e particularmente os EUA tem em sua origem em um forte apoio americano durante a Guerra Fria. Com o objetivo de combater o comunismo, os EUA apoiaram ditaduras e governos com forte ligação com o Islamismo, acreditando que desta forma afastaria o Oriente Médio do regime Soviético. Contudo, o que se viu foi o fortalecimento de grupos religiosos que em nenhum momento desejou tomar o poder e sempre teve como objetivo combater e destruir o modo de vida ocidental e suas crenças religiosas. Não sabemos o que irá ocorrer nesta região com a derrocada de regimes ditatoriais tendo fim com a força da população arregimentada através de comunidades sociais. Mas, com certeza, o terror não tem data para dar trégua.

Paralelamente, ao medo de atentados, vivemos com a forte recessão que varre o mundo e este fenômeno é tão destrutivo quanto o temor latente de uma bomba que possa ser encontrada em cada esquina. O grande vilão do momento vem da China, com a verdadeira exploração da mão-de-obra e uma economia capaz de produzir bens industrializados por preços irrisórios. Esta realidade faz com que empregos sejam dizimados, a arrecadação dos cofres públicos baixe com a diminuição da produção industrial e os gastos com seguros desempregos e previdência aumentem de forma incalculável. O grande paradoxo é que diversas empresas do mundo ocidental fazem uso deste parque industrial chinês como forma de obter ganho de escala e a mesma China, que acaba com a indústria brasileira, por exemplo, sustenta a agricultura e a exportação de aço. Mais uma vez vivemos (convivemos) com o nosso inimigo dentro de casa e ele vai nos destruir com a nossa complacência.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Arigato Mano!


O governo da província de Fukushima devolveu dinheiro enviado pela Cruz Vermelha para atender às vítimas do terremoto, tsunami e crise nuclear. Províncias, que equivalem aos estados no Brasil, fizeram estimativas do número de vítimas e casas destruídas pelas tragédias para receber dinheiro da Cruz Vermelha. No caso de Fukushima, o governo fez, recentemente, um novo levantamento e se deu conta de que o número real de vítimas é inferior ao estimado anteriormente. O governo de Fukushima devolveu todo o dinheiro excedente equivalente a R$ 180 milhões. Isso se chama honra, algo que é cultuado ao máximo na cultura japonesa. Por lá todos são inocentes até provem o contrário.

Enquanto isso, a Controladoria Geral da União (CGU) constata que houve desvio de dinheiro público destinado à recuperação da cidade de Teresópolis por causa das enchentes de janeiro e determinou que o dinheiro seja devolvido à União. Durante a tragédia houve uma emocionante mobilização para fazer doações para as vítimas das enchentes. Chegou até a sobrar agasalhos. Até de outros estados chegaram doações, colhidas com bastante entusiasmo, notando-se a participação de gente de todas as faixas de idade. Com as denúncias a Câmara de Vereadores afastou o prefeito de Teresópolis (RJ), Jorge Mario por 90 dias do cargo. A decisão foi tomada por unanimidade. A região serrana do Rio de Janeiro passará pelas agruras do tempo e a população brasileira pensará duas vezes se vale à pena doar recursos que poderão ser desviados. Aqui no Brasil, ser honesto é uma virtude que faz o político se diferenciar, pois parece que a regra é diferente.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Brasília, Parque Temático

Sempre pensei Brasília como um Parque Temático, com sua arquitetura ímpar e uma série de personagens que mais parecem sair de contos de fadas e histórias de mocinho e bandidos. Leiam a matéria da revista EXAME n° 997 e vejam se não tenho razão

 

Riqueza chapa branca

No centro do poder federal, o dinheiro público continua a ser a base de um padrão de vida que torna Brasília o terceiro mercado do país




Brasília - Em 1956, ao pisar pela primeira vez no cerrado goiano que daria lugar a Brasília, o então presidente Juscelino Kubitschek se viu tomado por uma inspiração épica.
Mais tarde escreveu: “Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino”.
Antes, no final do século 19, o padre italiano Giovanni Bosco, que jamais veio ao Brasil, havia profetizado sobre “uma terra prometida, donde correrá leite e mel”, cuja localização seria justamente onde hoje se ergue a capital federal.
Os sonhos grandiosos de JK e dom Bosco, de certa forma, concretizaram-se. Brasília, nutrida por verbas cada vez mais gordas da União, é hoje um centro de poder que esbanja riqueza.
Com apenas 1,4% da população do país, responde por 4% do produto interno bruto. Na condição de unidade mais rica da federação, Brasília e suas 20 cidades-satélite desfrutam de uma renda per capita de 46 000 reais, quase o triplo da média nacional.
Pertencem às classes A e B 27% de seus 2,6 milhões de habitantes, uma elite proporcionalmente maior do que os 20% de São Paulo, o estado mais desenvolvido do país.
Desde meados da última década, entre as cidades, Brasília se converteu no terceiro maior mercado consumidor nacional, atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro.
“Mantida a tendência atual, que combina crescimento econômico com altos salários do funcionalismo, Brasília só vai aumentar sua parcela no bolo da renda nacional”, diz o economista Tadeu Masano, dono da empresa Geografia de Mercado.
Para além das fronteiras nacionais, Brasília também se destaca. Segundo pesquisa da consultoria britânica Mercer, ela é a capital mais cara das Américas em termos de custo de vida para estrangeiros. Washington, fundada em 1790 para sediar o governo americano, é hoje bem mais barata do que Brasília.
No ranking da Mercer, enquanto Brasília desponta em 33º lugar entre as 150 cidades mais caras, Washington está em 108o. A bonança brasiliense se faz visível nos fins de semana ensolarados que marcam o inverno candango.
Estima-se que pelo menos 2 000 embarcações, entre veleiros, lanchas e jet skis, brinquedos de 40 000 a 1 milhão de reais, naveguem no lago Paranoá, criado artificialmente para servir de lazer aos brasilienses. 
Para seus críticos e para os desiludidos com as mazelas da política, Brasília é conhecida como “ilha da fantasia”, um enclave onde o leite e o mel sorvidos pela elite dos três poderes da República são obtidos à custa da carga tributária de 35% do PIB.
Trata-se de uma percepção que cresceu nos últimos anos e tem base numa realidade que não se limita aos sucessivos escândalos de locupletação com o dinheiro público — escândalos que certamente ajudam a explicar a prosperidade de parte dos habitantes de Brasília.
“Em termos históricos, o salto no poder aquisitivo brasiliense é recente. Aconteceu ao longo da última década graças ao aumento dos gastos do governo e aos fortes ganhos salariais obtidos pelo funcionalismo”, diz o economista Gil Castelo Branco, da ONG Contas Abertas.
De fato, a comparação entre a média dos salários pagos pela União e os do setor privado é gritante. Enquanto entre as empresas de ponta a média salarial é 2 850 reais, no Poder Executivo ela é 7 000 reais, pulando para 14 000 no Legislativo e 16 000 no Judiciário. Essa enorme renda circulante tem atraído grifes internacionais e alguns dos melhores restaurantes do circuito Rio-São Paulo.
“Depois de abrir uma filial na Asa Sul, me convenci de que a fama de que Brasília é um cemitério nos fins de semana é tolice”, afirma Carlos Bettencourt, dono do restaurante português A Bela Sintra, cujo salão na capital federal foi inaugurado em junho com o dobro do tamanho da matriz paulistana.
Afamada pelo bacalhau, a casa cobra em média 300 reais uma refeição para dois. Mas a concorrência não vacila. Localizado na cidade-satélite do Guará, vizinha ao Plano Piloto, o ParkShopping, do grupo Multiplan, deve inaugurar em breve um espaço gourmet de 35 milhões de reais, com filiais do português Antiquarius, da churrascaria Barbacoa e do francês La Tambouille.
Já o shopping Iguatemi, aberto no ano passado na Asa Norte, conta com uma unidade do restaurante Gero, do grupo Fasano, e ostenta grifes como Louis Vuitton, Gucci, Burberry e Ermenegildo Zegna.
A riqueza que jorra dos cofres
A origem da opulência está nos cofres públicos. Fundada há 51 anos para sediar o governo federal, Brasília é uma cidade singular, cuja economia continua orbitando em torno da burocracia federal. De acordo com a Federação da Indústria do Distrito Federal, os serviços representam 90% do PIB local, sendo que 54% proveem de trabalho prestado diretamente à União.
Há 191 000 servidores ativos, entre os funcionários federais e os do governo local, e outros 600 000 empregos em serviços privados, de médicos e advogados a cabeleireiras e jardineiros, e mais 200 000 postos de trabalho no comércio. O grande sonho da maioria dos jovens é passar num concurso público.
Além dos bons salários, os atrativos são a estabilidade e a aposentadoria integral. Motivado por esses incentivos, há cinco anos o administrador paulista Paulo Henrique Pereira, hoje com 29 anos, passou num concurso para o Banco Central. Um ano após ter chegado a Brasília, sua namorada, a pedagoga Juliana de Souza, de 28 anos, juntou-se a ele.
Recentemente, ela foi aprovada num concurso para professora do ensino fundamental do DF. Assim que Juliana for contratada, a renda mensal do casal, que planeja casar em breve, será da ordem de 15 000 reais, o bastante para situá-los no topo da pirâmide socioeconômica. Pereira já foi promovido a coordenador de uma área de fiscalização interna do Banco Central.
“Antes de mudar para cá, eu tinha uma imagem negativa de Brasília, baseada apenas no que sai nos jornais”, diz ele. “Mas aprendi a gostar da cidade, que oferece uma qualidade de vida invejável.”
Um dos passatempos do casal é andar de bicicleta no Eixão, via expressa que corta o Plano Piloto de norte a sul e cujo trânsito é fechado para os automóveis nos fins de semana.
Embora pertençam à nova geração da elite brasiliense, Juliana e Paulo Henrique não puderam dar-se ao luxo de comprar um apartamento no Plano Piloto, onde o valor do metro quadrado para imóveis novos é de 9 000 reais, com uma valorização estupenda de 560% desde 2000.
“Compramos um apartamento, na planta, de três dormitórios em Águas Claras, que deve ficar pronto em 2013”, diz Juliana, referindo-se à cidade-satélite de classe média alta situada a 20 quilômetros do centro da capital e onde o metro quadrado sai pela metade do preço.
A valorização em Brasília é tão grande que gera suspeita de uma bolha imobiliária. “Os preços dos imóveis tiveram uma alta extraordinária na última década”, diz Leonel Alves, diretor da corretora Lopes Royal. “Mas, em relação a outros mercados, Brasília tem duas diferenças importantes: o fato de que 65% dos compradores são funcionários públicos estáveis e a escassez de terrenos.”
Nos últimos anos, para acomodar o inchaço da máquina pública, a União alugou mais da metade dos prédios corporativos lançados no Plano Piloto. É o caso do condomínio Parque Cidade Corporate, o mais luxuoso da região Centro-Oeste, hoje ocupado por órgãos como o Ministério Público do Trabalho e a Agência Nacional de Aviação Civil.
Estima-se que, dos 37 ministérios do governo Dilma Rousseff, 20 aluguem salas fora da Esplanada dos Ministérios, que abriga 19 edifícios. Em 2010, o custo de tais aluguéis chegou a 180 milhões de reais.
É um exemplo de como, além dos altos salários do funcionalismo, a riqueza da cidade também se alimenta de uma profusão de outros gastos estatais — devidamente supridos pela arrecadação de tributos no país todo. Aos olhos dos milhões de contribuintes brasileiros, o fausto de Brasília deriva da combinação maligna entre privilégios, desperdício e corrupção que vicejam em torno do poder.
Para que Brasília possa mudar sua imagem perante o país, o único caminho é o da melhoria da gestão pública — até o ponto de mostrar que o alto custo de sua manutenção compensa para o contribuinte.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Governo destroçado.



A crise dentro do governo Dilma Rousseff tem mais um capítulo. Depois do Ministro Palocci, dos escândalos do Ministério dos Transportes, da queda do Jobim, foi a vez do Ministério do Turismo entrar na lista interminável de escândalos. Na manhã desta terça-feira, 9/08/2011, a Polícia Federal deflagrou a operação voucher, que resultou na prisão de 38 pessoas do ministério. Entre os presos estão o secretário-geral da Pasta, Frederico Silva da Costa, o secretário nacional de Desenvolvimento de Programas de Turismo, Colbert Martins, e o ex-presidente da Embratur, Mário Moysés, ligado a Marta Suplicy. Os envolvidos serão indiciados por formação de quadrilha, peculato e fraudes em licitação. Foram cumpridos 19 mandados de prisão preventiva, 19 mandados de prisão temporária e sete mandados de busca e apreensão. Além da Polícia Federal, o Tribunal de Contas da União e o Ministério Público Federal realizaram a operação. O escândalo envolvendo o Ministério do Turismo, controlado pelo PMDB, é mais um episódio da guerra por cargos envolvendo PT e PMDB no governo.


Esta notícia acima parece não ter fim e irá acompanhar o governo de Dilma assim como governos anteriores e os próximos que virão se o modo de compor os mais diversos escalões não mudar. Não tem sentido a distribuição de cargos para satisfazer partidos da base aliada com pessoal pouco comprometido com a causa pública e sem conhecimento técnico das pastas que ocupam. Tais cargos deveriam ser entregues para profissionais qualificados buscados no mercado, assim como fazem as empresas. Assistimos presidentes de estatais e Ministros assumindo posições sem conhecimento da área que irão ocupar, vislumbrando uma brecha para desviar recursos públicos. Para piorar a situação, o PT desmantelou as agências de regulamentação, que deveriam ser apolíticas, colocando dirigentes indicados por partidos. Enquanto está prática não mudar, teremos inúmeras operações da Polícia Federal esvaziando os prédios ministeriais e lotando as nossas cadeias – ao menos por algum tempo.


sexta-feira, 29 de julho de 2011

O Teto da dívida americana.


Sem uma solução para os próximo dias, o Congresso dos EUA debate atualmente um plano republicano e outro democrata para elevar o teto da dívida, hoje de US$ 14,29 trilhões, e reduzir simultaneamente o déficit, sem que por enquanto tenha sido alcançado um acordo. O Departamento do Tesouro dos EUA confirmou que, se não for aprovada esta elevação do teto de endividamento antes da data limite de 2 de agosto, o governo ficará sem fundos para fazer frente a todas as suas obrigações de pagamentos. Paralelamente o dólar derrete como gelo. Aqui no Brasil, assistimos os importados chegando aos supermercados, dificuldade dos exportadores para conquistar e manter seus produtos competitivos e um processo de desindustrialização iminente.

Não bastasse o cenário externo, vivemos com o Custo Brasil emperrando a nossa economia. Temos um sistema tributário anacrônico, segundo o economista Isaías Coelho, professor sênior do Núcleo de Estudos Fiscais da Faculdade de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), “essa indesejável cumulatividade é incomum nos sistemas tributários mundo afora”. O outro fator é a contribuição previdenciária que incide sobre a folha de pagamento que onera a produção voltada também para exportação e não incide sobre as importações. Convivemos com um estado inchado, onde mais de 500 mil trabalhadores se envolvem com a máquina pública diariamente, carregamos o peso da ineficiência logística na área de portos, estradas e ferrovias, sem falar na carência de mão-de-obra qualificada devido a falta de educação qualificada.

Com este quadro que se apresenta, o governo será obrigado a fazer as reformas estruturais que o País tanto necessita, ou seremos a Grécia de amanhã bem antes dos Jogos Olímpicos e Copa do Mundo, eventos que sangram as combalidas finanças públicas. Apertar o cinto é algo urgente. Mas convenhamos que esta prática não passa pela cabeça de nossos governantes e políticos. Portanto, esperemos por dias nebulosos logo adiante.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O Grande sócio chamado governo


O Brasil vai crescendo de lado, aos trancos e barrancos de carona com a China, sedenta por commodities. Todos os analistas políticos e economistas reconhecem que o custo Brasil é altíssimo, pois carregamos uma carga tributária enorme, vivemos com uma infraestrutura em frangalhos, a má qualidade da educação faz com que tenhamos uma falta de mão-de-obra qualificada em diversos setores, sem falar da retrógrada CLT e da Previdência falida.

Como o Estado continuará inchado, a distribuição de cargos entre os partidos políticos seguirá sendo uma prática comum, a burocracia não vai acabar e a corrupção endêmica persistirá nos mais diversos escalões do governo, não passará de um sonho vislumbrar a possibilidade de alguma reforma tributária, política, previdenciária ou de qualquer outra ordem e, desta forma, carregando uma dívida interna que passa da casa do trilhão e a falta de poupança ficamos extremamente vulneráveis dentro do cenário da economia mundial. Caso a China resolva parar de comprar nossas mercadorias a derrocada do recente “milagre econômico” será certo.

O mais intrigante disso tudo é que nossos governantes arranjaram uma forma de acalmar o grito de uma elite esclarecida de maneira peculiar: sendo sócio dela. O Governo já é parceiro de todos cobrando impostos da população. Como maior empregador o Estado emite 10 milhões de contracheques entre ativos e inativos e estende a mão para grandes grupos empresariais com dinheiro do BNDES a juros baixos. Por pouco não foi criado um oligopólio no setor supermercadista através de uma soma de quase R$ 4 bi alcançada ao Grupo Pão de Açúcar.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Caça, coleta


Recentemente aluno da UFRGS foi acusado de racismo ao defender tese de “genocídio” racial nas misturas multirraciais (até faz sentido sob o ponto de vista biológico). Sem entrar no mérito de preconceito racial, temos que analisar sob o ponto de vista antropológico como os povos foram formados. Na savana africana, a grande abundância de alimentos forjou um povo que baseou a sua vida com o modo de vida chamado “caça, coleta”, sem se fixar no campo através do cultivo da terra. Outro povo que acabou com as riquezas naturais foram os Maias, que apesar de desenvolver grande conhecimento matemático e de astronomia, não cultivavam seus alimentos. Por outro lado, o povo japonês foi forjado em condições adversas, com pouco espaço para o cultivo da terra e terremotos devastadores. O resultado foi o desenvolvimento tecnológico, formação de um povo disciplinado, capaz de superar as agruras da natureza. Dizer que o povo japonês é superior ao africano não vem ao caso, mas a lição é que o meio ambiente pode influenciar na formação cultural, social e tecnológica de uma nação e falo isso sem ser cientista, antropólogo ou sociólogo. Para não parecer uma idéia preconceituosa e colocar um ponto final na discussão, digo que nenhuma raça é superior a outra e sim que o ambiente faz com que o ser humano busque formas de se adaptar em busca da sobrevivência.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Viciado em endorfina.




Desde os 18 anos sofro com um desvio na vértebra L5 que comprime o ciático, repuxa a perna esquerda e faz as costas sofrerem com as dores. Não preciso ligar o despertador, pois a coluna tem hora para me levantar na cama. Com este problema físico só restou me adaptar, fazendo alongamentos, caminhadas, dieta e largando a cerveja com amigos para não “embarrigar”. Lógico que este modo de vida fez de mim um ser VICIADO EM ENDORFINA e que evita carregar peso, pois quero fugir da cirurgia. Outro fato que acontece com este desvio é o encurtamento da perna esquerda com a bacia torta e isto fez com que o tênis deste lado desgaste bem mais que o direito.

Com este problema, adiei ter filho (não queria carregar criança no colo) e procurei trabalho que não agredisse meu corpo e possibilitasse continuar com os cuidados com a saúde. Acabou que tive filho com um antiga paixão da minha vida e de uma hora para outra tinha que carregar meu filho e sustentá-lo. Fechei uma confecção que carregava a marca VICIADO EM ENDORFINA, passei em um concurso público (estou emburrecendo). Se perdi por um lado eu ganho por outro. A qualidade de vida pode ser pior. Mas ter ao lado a mulher que eu amo e um filho sensacional (que dá trabalho – ufa!) não tem preço.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Mudança de pensamento.


Durante o governo Brito o PT moveu o mundo contra a vinda da GM e a tentativa da vinda da Ford, que culminou com a perda do investimento para Camaçari, na Bahia, no início do governo Olívio, que na tentativa de “espraiar” o crescimento de forma harmônica em todo o Estado quase quebrou o Rio Grande do Sul fazendo a economia gaúcha andar para trás.

Agora, o governador Tarso Genro, do mesmo PT, parece ter mudado de opinião, mantendo contatos com empresas coreanas na tentativa de conseguir novos empreendimentos (e empregos) para o Rio Grande do Sul. A declaração do governador Tarso mostrou grandeza ao reconhecer que outros governadores tiveram méritos na história do Rio Grande do Sul: “-São sucessivos governos que vêm construindo uma relação global, mas o momento é ótimo agora”. Particularmente, discordei de diversas atitudes do Governador Tarso Genro na época em que fora Ministro da Educação e mais recentemente no caso Cesare Battiste já como Ministro da Justiça, mas tenho que enaltecer a postura do Governador Tarso na tentativa de conseguir novos investimentos e respeitando os governos anteriores, bem diferente do ultimo petista que governou o Estado.

terça-feira, 24 de maio de 2011

GramaTITICA


As explicações do Ministro da Educação e Cultura defendendo a gramática que ensina o português errado (com inobservância de concordância) beira o ridículo. Segundo ele trata-se de uma gramática que aceita os erros cometidos coloquialmente no dia-a-dia e direcionada para adultos – é aquela idéia de que se adulto não aprendeu algo não aprenderá mais. Desta forma, estamos simplesmente desistindo de alfabetizar o adulto e este, por sua vez, tampouco cobrará de seus filhos em idade escolar para o uso correto do português. Mas convenhamos que para um País que teve um Presidente que não tinha o hábito da leitura e cometia seguidos erros de português em seus discursos a tal gramática é só mais um fato na precária educação dada nas escolas do Brasil.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A Mega Sena de Palocci.


Toda semana aposto meus números na Mega Sena com a esperança de ganhar uma bolada e antecipar minha aposentadoria. Com os R$ 7,5 milhões que o Ministro Palocci ganhou com sua empresa de consultoria cheguei à conclusão que outro caminho é ocupar a pasta de Ministro da Fazenda e após prestar serviços para empresas. Segundo o Dr. Palocci, basta ter ocupado o referido cargo para faturar esta quantia. Particularmente gostaria de saber que tipo de consultoria foi prestado e quais empresas contrataram a empresa de Palocci. Sei que ele é médico sanitarista e duvido que alguma empresa tenha contratado o Dr. Palocci para prestar consultoria nesta área. Desta forma fica a dúvida: teriam contratado para descobrir formas de driblar o fisco? Ou teriam contratado para garantir informações sigilosas em licitações? Estas e outras questões estão em aberto, pois a tal cláusula de confidencialidade é usada para omitir os clientes e o motivo pelos quais a consultoria de Palocci foi contratada. Sendo assim, tudo pode ser especulado. Enquanto isso sigo jogando na Mega Sena.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Megalomania destrutiva.


“Nunca antes na história deste País” tivemos um Presidente com complexo de megalomania. Leio que as obras dos estádios que estão sendo construídos para a Copa de 2014 já subiram em 15% (certamente subirá mais). Enquanto fatura R$ 200.000,00 por palestra, sua sucessora tem que lidar com a inflação que atormenta a nossa economia, cortar gastos criados pelo governo anterior, sem que os eventos faraônicos – Copa do Mundo e Olimpíada – sejam comprometidos. Trata-se de uma tarefa hercúlea, pois temos um orçamento apertado por demandas sociais (saúde, educação, segurança, saneamento, energia etc.), máquina pública inchada, ainda mais que o governo do Presidente Lula criou dois milhões de empregos públicos, e uma série de reformas políticas e estruturais de difícil realização para quem tem que tratar com uma classe política necrosada e corporativa.

Enquanto a população morre na fila dos hospitais por falta de um atendimento qualificado em postos de saúde e tem seu estado piorado com a ausência de saneamento básico, enquanto aviões ficam parados no solo, passageiros dormem no saguão por falta de equipamentos para pouso em dias neblina ou estrutura para suportar a demanda, enquanto a população se espreme em ônibus feitos sardinhas em lata, enquanto carros entopem nossas ruas por falta de um transporte público adequado e investimento viário, enquanto recebemos uma educação de baixa qualidade convivemos com um Brasil que gasta muito e gasta mal, que tem que arcar com sonhos de um megalômano que surfou nas ondas de uma economia que sobreviveu graças à venda de commodities para a China no seu período de governo. A Presidente Dilma tenta se deslocar de sua imagem, mudando a visão do Brasil frente a questões políticas internacionais, mas terá que pagar uma conta enorme ou ver o Brasil pagar o mico do século com o iminente fracasso nestes dois eventos.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Centralismo


Seguidamente escrevo sobre o nosso capenga sistema federalista, que segundo a socióloga Aspácia Camargo “federalismo é só no Brasão”. Recentemente li uma entrevista com o professor de ética e política da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Roberto Romano – Doutor em Filosofia pela École des Hautes Études em Sciences Sociales (França) - abordando o tema burocracia, centralismo e impunidade como fatores que emperram os serviços públicos.

Segundo Romano, com a grande extensão do território nacional as responsabilidades deveriam ser divididas com autonomia a Estados e municípios. Contudo, no Brasil tudo é centralizado, diferente do que ocorre nos EUA e na Europa. O professor deu como exemplo que as leis desconsideram as diferenças regionais. Lei editada em Brasília vale para Manaus e Porto Alegre, gerando insegurança jurídica. Um governador ou prefeito nunca pode ter certeza de estar operando no seu âmbito pois tudo vem de Brasília e tudo volta para Brasília..

A máquina burocrática federal, por maior que seja, jamais dará conta de tudo na aplicação das políticas públicas, pois temos um país imenso, cuja população cresceu e ocupou o Interior, com uma estrutura arcaica e absolutista de governo. Assim como pensa a socióloga Aspácia Camargo, para o professor o Brasil é uma suposta federação, um império de verdade. Estados e municípios não têm autonomia. Estão dominados por uma máquina burocraticamente monstruosa.

O professor ainda aborda na matéria sobre a demora para a conclusão de obras. Diversos componentes fazem emperrar o processo. As empreiteiras se tornaram sério problema desde que passaram a ser fornecedoras do governo. Há as licitações, com trâmites que demoram séculos. Uma obra iniciada como prioridade no governo anterior, acaba sendo preterida. E não há elemento que constranja o novo governo a continuar a obra anterior. Não existe a ideia de planejamento obrigatório. É falta de prudência, desperdício. Na França, onde viveu o Professor, governantes são responsabilizados diante de tribunais e da população. Aqui, as autoridades estão protegidas pelo privilégio do foro. Se não tem o princípio da responsabilização, quem irá responder por uma obra que não terminou? Ninguém.

terça-feira, 22 de março de 2011

Blog da Bethânia


A ministra Ana de Hollanda (Cultura) minimizou controvérsia gerada com a aprovação, pelo ministério, de projeto de R$ 1,3 milhão para a criação de um blog com leituras de poesia pela cantora Maria Bethânia. Mas convenhamos que trata-se de um verdadeiro absurdo um artista do renome da cantora Maria Bethânia utilizar da lei de Incentivo a Cultura para captar recursos para a criação de um blog. Imagino a cantora Maria Bethânia chegando ao Ministério da Cultura cantando uma música de grande sucesso – “Grito de Alerta” de Gonzaguinha – e implorando pela benesse: “...São tantas coisinhas miúdas/ Roendo, comendo/ Arrasando aos poucos/ Com o nosso ideal /São frases perdidas num mundo/ De gritos e gestos/ Num jogo de culpa/ Que faz tanto mal... Não quero a razão/ Pois eu sei/ O quanto estou errado...”. É uma pena que uma artista de tamanho renome tenha feito tal pedido e que o Ministério da Cultura tenha aceitado.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Disciplina japonesa


Em 2006 tive a felicidade de ir ao Japão para ver o meu time – Internacional – se sagrar Campeão do Mundo e nesta oportunidade tive a felicidade de observar como os japoneses são disciplinados e preparados para os constantes terremotos que não tem hora para acontecer. Trata-se de um povo paciente, educado, que respeita a faixa de segurança (não atravessam a rua com sinal fechado mesmo se não tem carro a vista), não jogam sujeira ou toco de cigarro nas calçadas (mesmo com a retirada de lixeiras, após um atentado terrorista em que deixaram uma bomba neste equipamento urbano). Desde a escola as crianças recebem treinamento para enfrentar fortes tremores de terra e as construções civis são preparadas para balançar e não cair.

Contudo, a tsunami dizimou com cidades costeiras, matando milhares de pessoas, ocasionando um estrago grande na infraestrutura daquele país e com a possibilidade de um grave acidente nuclear na usina de Fukushima traz a tona receio de contaminação radioativa e desconfiança de que os responsáveis pela usina estejam escondendo a verdade para a população. Aqui do outro lado do mundo, esperamos que o Japão conserte os danos causados na usina e certamente, com a paciência, disciplina e obstinação, o povo japonês conseguirá se reerguer mais uma vez desta grande tragédia.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Diagnóstico


Já cansei de escrever sobre as mazelas que assolam nosso Brasil – “...gigante pela própria natureza...” e aqui tentarei mostrar para o leitor as causas de tanto desmandos, corrupção e falta de planejamento que atrasam nosso País – “...deitado eternamente em berço esplêndido...”. Nos deslizamentos do Rio de Janeiro, nos alagamentos em São Paulo, nos gargalos de infraestrutura que encarecem o “custo Brasil”, na falta de educação de qualidade ou nas filas em postos de saúde a causa é uma só: Estado inchado e cargos loteados para políticos despreparados tecnicamente (o mínimo para se dizer) para gerir o setor público.

Na posse dos Congressistas já vislumbramos o retrato da nossa classe política: tomaram posse figuras da área de esporte ou circense que, sem trabalho ou endividados, encontraram na sua popularidade uma forma de conseguir através do cargo político uma forma de garantir um rendimento certo e polpudo no fim do mês.

A Presidenta Dilma tem que quebrar a cabeça para preencher os cargos das mais diversas pastas ministeriais, agências de regulação e estatais tentando compatibilizar o aspecto de conhecimento técnico com a forte pressão dos partidos aliados – leia-se PMDB – loteando cargos com gente despreparada, algo nefasto para um planejamento eficaz da máquina estatal.

Recentemente, o governo sinalizou que cessará com concursos públicos previstos e com futuras nomeações de concursados. Com o estado inchado, pressionando os gastos públicos, fica difícil diminuir os juros, construir uma proposta de reforma tributária que incentive a produção de riquezas. Sobre a máquina inchada o correto seria fazer um diagnóstico para deslocar servidores de setores onde sobra pessoal para outros onde falta, com o devido treinamento. Mas creio que isto não passa de utopia e lá na frente, perto das eleições, o governo fará sangrar os cofres inchando mais ainda a ineficiente máquina estatal.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Tragédias no sudeste


Não sou geólogo nem urbanista para definir as causas das tragédias trazidas pelas fortes chuvas que assolaram São Paulo e a região serrana do Rio de Janeiro. Contudo, observando os fatos e lendo com atenção os comentários de especialistas fica fácil de chegar a conclusão que a culpa é exclusivamente do homem, com a sua falta de educação, previdência e planejamento dos governos.
Nas grandes cidades brasileiras, o modelo de crescimento urbano priorizou construções que impermebializaram o solo com asfalto e calçadas e com o acumulo de lixo jogado nas ruas, fruto da má coleta e da falta de educação da população, faz com que córregos e bocas de lobo não dêem conta do fluxo de água. Soma-se a este fato que ruas e edificações feitas ao lado de rios acabam sendo tomadas pela água que transborda.
A situação no Rio de Janeiro tem outra lógica: o homem invadiu a natureza, construindo casas no leito de rios e nos morros. A contemplação da vista e da natureza cegaram a população até que a natureza mostrou sua fúria. O grande culpado destas tragédias é o poder público com sua falta de planejamento e desídia. Agora, mais uma vez contaremos os mortos, reconstruiremos o que der e ano que vem a mesma história se repetirá nos noticiários com a volta das chuvas. Com dizia Jacques Custeau “A maior poluição do mundo é o excesso de gente!”

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Distribuição de Cargos


Mal sentou na cadeira presidencial e a Presidenta Dilma já tem focos de incêndio para apagar. O PMDB, partido que está sempre no poder, reivindica cargos e pastas ministeriais que lidam com verbas polpudas e poder. O já Ministro da Previdência Garibaldi Alves, indicado pelo PMDB, em discurso patético disse não ter curriculum para o cargo e a medida que o os demais escalões do governo são preenchidos por partidários petistas o PMDB ameaça agir contra o governo. Esta realidade se repete a cada governo e cabe aqui uma reflexão:

As empresas privadas passam um processo complexo para nomear seus diretores e presidentes, que precisam ter conhecimento, postura e entender do ramo em que atuam. No campo estatal, onde vale a indicação política, diretores e ministros caem de pára-quedas sem entender do ramo, visando tão somente o poder e a gerência (má gerência) de verbas polpudas.

Desta forma, fica muito difícil para o governo alcançar metas que não representem aumento de gastos e uso de verba pública com propósitos políticos, fazendo com que juros, carga tributária e burocracia sufoquem o setor produtivo no Brasil. Para agravar os percalços do governo da Presidenta Dilma, ela não encontrará um cenário favorável como o seu antecessor encontrou na economia mundial.