sábado, 27 de abril de 2013

Pode fechar o Congresso!





O que mais se ouve falar em todas as rodas é sobre o tal Custo Brasil, composto da falta de infraestrutura, sistema tributário caótico, burocracia, leis trabalhistas ultrapassadas e corrupção. Os eleitores brasileiros, quando vão às urnas, depositam seu voto – e sua esperança – para que os políticos executem reformas que possam dar uma nova cara ao Brasil, elevando o país a um patamar de desenvolvimento e qualidade de vida que faça jus aos impostos pagos. Mas infelizmente não é isso que se vê sair do Congresso, que se afunda em corrupção, inoperância – com tantos projetos engavetados – e ainda executam manobras para impedir que o Ministério Público investigue e o Supremo Tribunal Federal decida sobre questões constitucionais. Assim, simplificando: não querem ser investigados e nem julgados.
            O que assistimos com este quadro é um país que patina com um pibinho. Para se ter uma idéia, enquanto se comemora a super-safra de grãos, temos dificuldade de escoar a produção e exporta-la (já tivemos encomendas suspensas por quebra de contrato). Ao mesmo tempo em que não temos linhas de trem para levar nossas riquezas ao mercado consumidor e aos portos, convivemos com os desmandos da empresa pública Valec Engenharia Construções e Ferrovias S.A., vinculada ao Ministério dos Transportes, e responsável pela construção da ferrovia Norte Sul. O ex-presidente desta estatal, José Francisco das Neves, conhecido como Juquinha das Neves, responde por crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Quando foi candidato a deputado federal, em 1998, Juquinha declarou ter um patrimônio de R$ 560 mil. Durante as investigações de corrupção foram aprendidos aproximadamente R$ 60 milhões em bens e recursos bancários.
            Além da logística, fazem parte do Custo Brasil, o sistema tributário em cascata, com inúmeras normas que tornam a vida das empresas um verdadeiro inferno com tanta burocracia para pagar e estar em dia com o Fisco. Pior é que quem paga esta conta é o consumidor, pois aqui no Brasil a maior incidência  de impostos recai sobre o consumo e não sobre a renda, penalizando os mais pobres. A legislação trabalhista, datada de 1943, urge por mudanças. A CLT não contempla a modernização da economia e o avanço da tecnologia, engessando a relação empregador e empregado e dificultando a criação de novos postos de trabalho.
            Como se vê, as reformas estão todas engavetadas no Congresso. Elas não andam e o que se assiste é um discurso vazio, apadrinhamento de políticos corruptos e despreparados em cargos importantes de ministérios e estatais. Creio que nem passa na cabeça do Congresso modificar algo, pois dar educação e saúde para o povo significaria criar uma massa crítica mais qualificada e não haveria sentido as políticas demagógicas de assistencialismo que garantem a perpetuação no poder destes políticos profissionais.