terça-feira, 21 de setembro de 2010


Em campanha pelo Brasil, a candidata Dilma Roussef diz que as obras de saneamento básico não poderão ser realizadas sem a participação efetiva da União, pois os municípios não têm recursos para tocar projetos desta envergadura. A população mais desinformada pode achar este discurso como algo normal: que as decisões que afetem a comunidade tenham suas soluções vindas de Brasília. Está equivocada esta política e o pacto federativo em nosso País em que 70% da arrecadação tributária vai para Brasília e governos estaduais e municipais têm que costurar acordos políticos com a União para terem suas reivindicações atendidas. Segundo a candidata Dilma “Temos aqui um desafio no que diz respeito a dinheiro e aceleração dos prazos de contratação das obras”, previu, reforçando a necessidade da parceria com estados e municípios. “Ninguém no Brasil fará obras de saneamento básico sem esta parceria.”
Seria mais prudente construir um sistema federalista sem a concentração de poder e de recursos na União, com estados e municípios retendo o bolo tributário sem a necessidade de engordar os cofres do Governo Federal e vivermos neste “empurra, empurra” de atribuições que só gera desgaste político, corrupção, desmandos e gastos de pessoal que extrapolam o limite do tolerável. Basta ver que o Governo Federal criou milhares de cargos sem o mínimo de planejamento, tornando-se o segundo maior empregador depois do comércio no Brasil. Como diz a socióloga Aspásia Camargo “República Federativa é só no Brasão”. E assim caminha o nosso País, com loteamento de cargos, favorecimentos aos “amigos do Rei”, um custo Brasil que inibe o crescimento, falta de mão de obra qualificada devido as péssimas condições de ensino, um número excessivo de senadores e deputados e uma máquina pública inchada.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Estado inchado


Leio na revista EXAME sobre a alta das despesas públicas do governo federal. Enquanto a economia encolheu 0,2% houve aumento de dois dígitos nos gastos sociais (20%) e com pessoal (11%). Segundo a matéria, cerca de 36.000 nomes entraram na folha de pagamento da União, mais do que o dobro do ano passado. Um estudo da economista Luisa Rodrigues, do banco Santander, mostra que o setor público como um todo, incluindo estados e municípios, quadriplicou as contratações em relação a 2008, fazendo da área pública o segundo setor da economia em termos de geração de empregos, superando comércio, indústrias e atrás apenas do setor de serviços. A consultora Luíza não sabe “se as contratações vão melhorar a qualidade do serviço ou inchar o serviço público” e eu, por experiência de quem foi aprovado, nomeado e tomou posse em um órgão público digo que o serviço público está inchado e ineficiente. Estou quase a um ano sem função clara e definida, não recebi um treinamento adequado e não tinha (e não tem) para onde ser encaminhado. Visivelmente a instituição em que trabalho padece do excesso de pessoal e de gente pouco comprometida, o que é uma pena.