terça-feira, 11 de outubro de 2011

E se a China derrapar?


Em depoimento dado à imprensa (10/11/2011) o ministro da Fazenda, Guido Mantega disse que está na torcida para que não haja uma desaceleração da economia da China. Segundo ele, o comércio exterior é o caminho mais provável por onde pode haver contágio da crise internacional para o Brasil. Como a China importa muita matéria-prima brasileira, um menor ritmo do gigante asiático, provocado pela queda nas compras de bens produzidos naquele país, pode reduzir o dinamismo da economia nacional. "Até agora não fomos afetados no comércio exterior, que é por onde aconteceria o contágio", disse, lembrando que, "infelizmente", o Brasil exporta mais commodities do que produtos manufaturados. "O perigo é que, com a contração da economia mundial, que vai suceder essa crise, países emergentes dinâmicos, como a China, sejam afetados. Temos de torcer para que a economia chinesa não tenha uma desaceleração. Essa é a nossa preocupação, porque aí sim nos afeta. Nosso maior parceiro comercial hoje é a China", lembrou. "O nosso temor é de que isso acabe comprometendo o comércio entre países emergentes, que se mantém em patamar elevado", acrescentou.

Esta declaração é um atestado de quão frágil é a economia brasileira. Enquanto “nunca antes na história deste país” tivemos um crescimento real com distribuição de renda a ascensão de uma nova classe média (é bem verdade que a tal “classe média” não passa de ex-miseráveis que hoje têm algum poder de compra), o atual governo lida com um cenário nada propício para a economia. Com um país sem educação, com o “Custo Brasil” beirando as alturas, juros exorbitantes, infraestrutura em frangalhos, elevada carga tributaria e estado perdulário, dependemos da China para vender nossas commodities e caso o “Dragão Chinês” pise no freio as nossas contas internas não fecharam e seremos a Grécia de amanhã sem ter a Alemanha para nos salvar. E a China resolverá a sua situação calando a população na sua “democrática economia de mercado”.