quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Pibinho.







            Já escrevi sobre os motivos do atraso brasileiro e mais uma vez vou tentar elucidar com fatos e dados:

EDUCAÇÃO:

            O Brasil investe muito e mal em educação. Esquece por completo a educação de base, tenta remediar com uma série de cotas para preenchimento de vagas no nível superior e torra uma imensa fortuna em universidades federais que dão pouco retorno a sociedade. Recentemente, a USP, principal centro de pesquisa do país, saiu do ranking global das 200 melhores instituições de ensino publicado pela revista britânica Times Higher Education, depois de ocupar o 158° lugar em 2012. A USP caiu no ranking pela ausência de um projeto internacional e o baixo nível de citações em publicações científicas. O professor de economia nos EUA Alexandre Scheinkman questiona sobre qual seria a inspiração da USP. Assim como a USP nenhuma das universidade federais aparecem na lista entra as 400 da revista. A China tenta imitar o modelo americano e já possui duas representantes na lista e o segredo foi direcionar verbas de pesquisas em parceria com empresas privadas e com financiamento público. No Brasil, as pesquisas acadêmicas se afastam das necessidades do setor privado. É como se o trabalho para o setor privado fosse uma traição aos valores do ensino superior. De nada adianta aumentar o número de instituições, devemos mudar de estratégia. Do MIT nasceram mais de 25.000 empresas nas duas últimas décadas. Na Unicamp, referência de apoio ao empreendedorismo no Brasil, foram pouco mais de 300 no mesmo período.

SISTEMA TRIBUTÁRIO:


            No Brasil as empresas participantes do SIMPLES têm que fazer mágica para crescer somente até o limite que as mantenha pagando impostos de forma simplificada. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, 62% das empresas que saem do SIMPLES ficam inadimplentes em até dois anos, pois não suportam lidar com até 100.000 combinações de regras tributárias. As grandes empresas gastam por ano 2.600 horas para lidar com a burocracia tributária – a média da América Ltina é de 367 horas e da OCDE, o clube dos países ricos é 176. As empresas vêem sua carga tributária aumentar em até 30% quando saem do SIMPLES.  O resumo disto tudo é que as grandes empresas disponibilizam um grande contingente de funcionários em atividades que não agregam valor e tiram a competitividade das empresas, pagando tributos e decifrando regras que mudam diariamente e as micro empresas fazem das tripas coração para não crescer e mudar seu enquadramento. Devemos reformar o sistema tributário e diminuir a carga para tornar o país mais competitivo.


AUMENTO DA COCORRÊNCIA:

            Segundo a Fundação Bertesmann, uma das mais respeitadas da Alemanha, estima-se que uma área de livre comércio entre EUA e UE aumentaria, a longo prazo, a renda per capita americana em 13% e a européia em 5%. A Alemanha geraria 160.000 empregos. Na contramão desta realidade está o Brasil, que desde 2009 elevou alíquotas de importação 31 vezes (duas vezes mais do foi feito por EUA,China e por todos os países da União Européia juntos). Por aqui, desde o governo Presidente Lula, estreitamos laços com países africanos e insistimos com o falido Mercosul, que não passa de uma confraria de presidentes que discursam contra os EUA e buscam forma de fortalecer a “Revolução Bolivariana”. Para o economista Marcelo Lisboa, vice-presidente da escola de negócios Insper, o Brasil deveria ter uma agenda de crescimento que incluísse o fim de distorções e privilégios concedidos a algumas empresas e setores.

INFRAESTRUTURA:

Como um paquiderme, o Brasil vai a passos lentos quando se trata de investimentos em infraestrutra. Para ficar só na área portuária, um estudo do Instituto Brasileiro de Pesquisas Tributária (IBPT) revela que os custos portuários tiveram crescimento (em dólar) de 27,26% no período de 2009 a 2012 no Brasil. Os custos portuários podem ser divididos em diretos ou indiretos. Entre os valores que recaem diretamente nos preços dos custos marítimos, estão as utilizações dos equipamentos e instalações portuárias terrestres ou marítimas. Os custos indiretos compreendem aqueles relacionados à contratação dos serviços de praticagem, rebocadores, agências marítimas, atracação e desatracação, faróis, vigias, transporte de tripulação, explica Gilberto Luiz do Amaral, presidente do Conselho Superior e coordenador de estudos do IBPT.
Clima, oferta e demanda, oscilações de mercado. A maioria desses fatores que influenciam na renda do produtor e no preço das commodities agrícolas não podem ser controlados por política agrícola e investimentos dos agricultores. Já quando se fala em logística e infraestrutura de transportes e armazenagem, a situação é diferente. Se há algo que pesa nos custos de produção e impede o agronegócio brasileiro de ser ainda mais competitivo, são os problemas enfrentados por quem produz na hora de escoar a safra.


BUROCRACIA:

            Estudo do Banco Mundial analisa a dificuldade do setor privado em lidar com a burocracia. Para abrir uma empresa necessitamos de 119 dias. Despachar um contêiner em um porto leva 13 dias – nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média é de 10 dias. Outra pesquisa da Fiesp com o seu Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) coloca o Brasil na 156° posição de um ranking de 185 países no item burocracia. O Decomtec aponta que o Brasil gasta 2.600 horas por ano para uma empresa pagar tributos no Brasil, enquanto na média dos  países da OCDE são necessárias 176 horas por ano. Outro estudo, do Fórum Econômico Mundial, mostra que o Brasil ocupa as últimas posições quando são analisados itens como a regulação do governo.


LEGISLAÇÃO TRABALHISTA:


            No Brasil, os custos adicionais do trabalho são da ordem de 100%. Ao assinar a carteira de um funcionário, uma empresa arca com encargos iguais ao salário pago sem que este valor retorne ao trabalhador. As inúmeras obrigações são mais um peso que sufoca a competitividade dos produtos nacionais. Precisamos tornar a criação de empregos e a produção mais barata. Necessitamos de uma racionalidade para acabar com a profusão de encargos, benefícios diretos e indiretos, contribuições adicionais e burocracia para tornar nossas empresas mais competitivas. O custo do trabalhador chega a ser mais que o dobro do verificado em outros países emergentes. Na indústria de transformação, os encargos trabalhistas correspondem a um terço das despesas com mão de obra. Isso tem reflexos diretos na competitividade dos nossos produtos - as despesas ligadas ao trabalho significam de 20% a 50% do custo final dos manufaturados brasileiros.  O Brasil é o País com os encargos trabalhistas mais elevados em um grupo de 25 nações analisadas pela rede mundial de auditoria e contabilidade UHY. Nesse grupo, que inclui o G7 - grupo dos sete países mais industrializados - e os Brics - principais economias emergentes -, o Brasil desponta como líder mundial ao pagar, em média, 57,56% do valor bruto do salário em tributos. A média global é de 22,52%


PAU QUE NASCE TORTO, MORRE TORTO


            Acima citei as mais diversas causas, que todo mundo está cansado de saber, que fazem com que o Brasil não tenha um crescimento contínuo e sustentável em sua longa história. Poderia dizer que os motivos do eterno atraso brasileiro foram culpa da colonização portuguesa e da religião católica. Os portugueses vieram para cá extrair nossa riqueza natural (talvez por isso até hoje somos fortes na exportação de commodities) e trouxeram o sistema cartorial com excessiva burocracia, que só traz mais corrupção (quanto mais obstáculos, mais “facilitadores” aparecem no caminho prometendo resolver este ou aquele problema em troca de uma propina). Nos EUA, outro país de tamanho continental como o Brasil, os colonizadores foram para lá em busca de trabalho e oportunidade – este ponto é crucial para entender a diferença de estágio entre os dois países. Outro fator fica bem claro no livro do historiador americano David Landres, autor do best-seller “A Riqueza e a Pobreza das Nações”. A riqueza de uma nação está alicerçada em uma cultura econômica bem-sucedida, fruto do trabalho produtivo, em que o mérito suplantava o status, e a riqueza se construía ‘fazendo’, e não ‘tomando’. Outro ponto que toca o autor é a respeito da diferença fundamental entre católicos e protestantes ao analisar a forma como eles entendem os jogos de azar. Os católicos dizem que, se você apostar, pode perder dinheiro. Os protestantes dizem que você pode ganhar e obter riquezas imerecidas. Ganhar, não tirar dinheiro de alguém. 






PAU QUE NASCE TORTO, MORRE TORTO




            Em meus últimos textos citei as mais diversas causas, que todo mundo está cansado de saber, que fazem com que o Brasil não tenha um crescimento contínuo e sustentável em sua longa história. Poderia dizer que os motivos do eterno atraso brasileiro foram culpa da colonização portuguesa e da religião católica. Os portugueses vieram para cá extrair nossa riqueza natural (talvez por isso até hoje somos fortes na exportação de commodities) e trouxeram o sistema cartorial com excessiva burocracia, que só traz mais corrupção (quanto mais obstáculos, mais “facilitadores” aparecem no caminho prometendo resolver este ou aquele problema em troca de uma propina). Nos EUA, outro país de tamanho continental como o Brasil, os colonizadores foram para lá em busca de trabalho e oportunidade – este ponto é crucial para entender a diferença de estágio entre os dois países. Outro fator fica bem claro no livro do historiador americano David Landres, autor do best-seller “A Riqueza e a Pobreza das Nações”. A riqueza de uma nação está alicerçada em uma cultura econômica bem-sucedida, fruto do trabalho produtivo, em que o mérito suplantava o status, e a riqueza se construía ‘fazendo’, e não ‘tomando’. Outro ponto que toca o autor é a respeito da diferença fundamental entre católicos e protestantes ao analisar a forma como eles entendem os jogos de azar. Os católicos dizem que, se você apostar, pode perder dinheiro. Os protestantes dizem que você pode ganhar e obter riquezas imerecidas. Ganhar, não tirar dinheiro de alguém.  


terça-feira, 29 de outubro de 2013

Legislação trabalhista.






            No Brasil, os custos adicionais do trabalho são da ordem de 100%. Ao assinar a carteira de um funcionário, uma empresa arca com encargos iguais ao salário pago sem que este valor retorne ao trabalhador. As inúmeras obrigações são mais um peso que sufoca a competitividade dos produtos nacionais. Precisamos tornar a criação de empregos e a produção mais barata. Necessitamos de uma racionalidade para acabar com a profusão de encargos, benefícios diretos e indiretos, contribuições adicionais e burocracia para tornar nossas empresas mais competitivas. O custo do trabalhador chega a ser mais que o dobro do verificado em outros países emergentes. Na indústria de transformação, os encargos trabalhistas correspondem a um terço das despesas com mão de obra. Isso tem reflexos diretos na competitividade dos nossos produtos - as despesas ligadas ao trabalho significam de 20% a 50% do custo final dos manufaturados brasileiros.  

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

BUROCRACIA





            Estudo do Banco Mundial analisa a dificuldade do setor privado em lidar com a burocracia. Para abrir uma empresa necessitamos de 119 dias. Despachar um contêiner em um porto leva 13 dias – nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média é de 10 dias. Outra pesquisa da Fiesp com o seu Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) coloca o Brasil na 156° posição de um ranking de 185 países no item burocracia. O Decomtec aponta que o Brasil gasta 2.600 horas por ano para uma empresa pagar tributos no Brasil, enquanto na média dos  países da OCDE são necessárias 176 horas por ano. Outro estudo, do Fórum Econômico Mundial, mostra que o Brasil ocupa as últimas posições quando são analisados itens como a regulação do governo.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Infraestrutura.



Como um paquiderme, o Brasil vai a passos lentos quando se trata de investimentos em infraestrutra. Para ficar só na área portuária, um estudo do Instituto Brasileiro de Pesquisas Tributária (IBPT) revela que os custos portuários tiveram crescimento (em dólar) de 27,26% no período de 2009 a 2012 no Brasil. Os custos portuários podem ser divididos em diretos ou indiretos. Entre os valores que recaem diretamente nos preços dos custos marítimos, estão as utilizações dos equipamentos e instalações portuárias terrestres ou marítimas. Os custos indiretos compreendem aqueles relacionados à contratação dos serviços de praticagem, rebocadores, agências marítimas, atracação e desatracação, faróis, vigias, transporte de tripulação, explica Gilberto Luiz do Amaral, presidente do Conselho Superior e coordenador de estudos do IBPT.
Clima, oferta e demanda, oscilações de mercado. A maioria desses fatores que influenciam na renda do produtor e no preço das commodities agrícolas não podem ser controlados por política agrícola e investimentos dos agricultores. Já quando se fala em logística e infraestrutura de transportes e armazenagem, a situação é diferente. Se há algo que pesa nos custos de produção e impede o agronegócio brasileiro de ser ainda mais competitivo, são os problemas enfrentados por quem produz na hora de escoar a safra.

NA FOTO IMAGEM DA BR 163 LIGANDO PA-MT

terça-feira, 22 de outubro de 2013

AUMENTO DA CONCORRÊNCIA





            Segundo a Fundação Bertesmann, uma das mais respeitadas da Alemanha, estima-se que uma área de livre comércio entre EUA e UE aumentaria, a longo prazo, a renda per capita americana em 13% e a européia em 5%. A Alemanha geraria 160.000 empregos. Na contramão desta realidade está o Brasil, que desde 2009 elevou alíquotas de importação 31 vezes (duas vezes mais do foi feito por EUA,China e por todos os países da União Européia juntos). Por aqui, desde o governo Presidente Lula, estreitamos laços com países africanos e insistimos com o falido Mercosul, que não passa de uma confraria de presidentes que discursam contra os EUA e buscam forma de fortalecer a “Revolução Bolivariana”. Para o economista Marcelo Lisboa, vice-presidente da escola de negócios Insper, o Brasil deveria ter uma agenda de crescimento que incluísse o fim de distorções e privilégios concedidos a algumas empresas e setores.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Sistema tributário.






            No Brasil as empresas participantes do SIMPLES têm que fazer mágica para crescer somente até o limite que as mantenha pagando impostos de forma simplificada. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, 62% das empresas que saem do SIMPLES ficam inadimplentes em até dois anos, pois não suportam lidar com até 100.000 combinações de regras tributárias. As grandes empresas gastam por ano 2.600 horas para lidar com a burocracia tributária – a média da América Ltina é de 367 horas e da OCDE, o clube dos países ricos é 176. As empresas vêem sua carga tributária aumentar em até 30% quando saem do SIMPLES.  O resumo disto tudo é que as grandes empresas disponibilizam um grande contingente de funcionários em atividades que não agregam valor e tiram a competitividade das empresas, pagando tributos e decifrando regras que mudam diariamente e as micro empresas fazem das tripas coração para não crescer e mudar seu enquadramento. Devemos reformar o sistema tributário e diminuir a carga para tornar o país mais competitivo.

domingo, 20 de outubro de 2013

Educação.





            O Brasil investe muito e mal em educação. Esquece por completo a educação de base, tenta remediar com uma série de cotas para preenchimento de vagas no nível superior e torra uma imensa fortuna em universidades federais que dão pouco retorno a sociedade. Recentemente, a USP, principal centro de pesquisa do país, saiu do ranking global das 200 melhores instituições de ensino publicado pela revista britânica Times Higher Education, depois de ocupar o 158° lugar em 2012. A USP caiu no ranking pela ausência de um projeto internacional e o baixo nível de citações em publicações científicas. O professor de economia nos EUA Alexandre Scheinkman questiona sobre qual seria a inspiração da USP. Assim como a USP nenhuma das universidade federais aparecem na lista entra as 400 da revista. A China tenta imitar o modelo americano e já possui duas representantes na lista e o segredo foi direcionar verbas de pesquisas em parceria com empresas privadas e com financiamento público. No Brasil, as pesquisas acadêmicas se afastam das necessidades do setor privado. É como se o trabalho para o setor privado fosse uma traição aos valores do ensino superior. De nada adianta aumentar o número de instituições, devemos mudar de estratégia. Do MIT nasceram mais de 25.000 empresas nas duas últimas décadas. Na Unicamp, referência de apoio ao empreendedorismo no Brasil, foram pouco mais de 300 no mesmo período.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

República das Bananas.

Enquanto se discute se o petróleo é nosso com o leilão do Campo de Libra, estamos perdendo o foco mais uma vez. Após o governo FHC tínhamos alguns caminhos a seguir: continuar as reformas ou continuar como estávamos. Escolhemos o segundo caminho. O megalômano Presidente Lula surfou na onda de nossas valorizadas commodities para a sedenta China que necessitava de nossos produtos para seu crescimento e assim o povo teve a chance de melhorar de vida, mesmo que este crescimento fosse mais um "voo da galinha" (voa e cai logo em seguida). Com este quadro nosso megalômano Presidente pagou a dívida junto ao FMI (mesmo sendo um péssimo negócio, pois trocou por outra dívida mais cara, em que o Brasil paga juros mais altos), perdoou dívidas de países africanos de olho na vaga do Conselho de Segurança da ONU, afundou o país em corrupção e de saída deixou o pepino da Copa do Mundo (com mais sedes do que a FIFA pediu) e Jogos Olímpicos no colo na Presidenta Dilma. Tivesse feito as reformas estruturais, investido em educação, diminuindo o peso do estado, burocracia, aumentando nossa eficiência nosso crescimento seria sustentável e constante. Da forma como está seremos eternos dependentes da valorização das commodities, o que é muito pouco para esta nação. No futuro de nada adiantará mais protestos e busca de culpados pois o culpado é só um e mora no ABC paulista!

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O xixi da Oktoberfest.





            Segundo a ONG Trata Brasil (O Instituto Trata Brasil é uma OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – que tem como objetivo coordenar uma ampla mobilização nacional para que o País possa atingir a universalização do acesso à coleta e ao tratamento de esgoto) mais da metade da população brasileira não tem rede de tratamento de esgoto em casa. O que nos causa espanto é a inversão de prioridades no Brasil. Ao lado de estádios de futebol padrão FIFA, implementação de televisão digital ou projeto de trem bala, assistimos uma realidade chocante que toca profundamente na qualidade de vida da população: a falta de saneamento básico. Com doenças que se proliferam de pouco adianta importar médicos sem medidas de profilaxia.
            O mais incrível dos dados da ONG é que a realidade não escolhe estados ricos e pobres e sem distinção chama a atenção que o pungente estado de Santa Catarina  tenha apenas 36% dos moradores atendidos com rede coletora. Blumenau, rica cidade de colonização alemã, conhecida pela mais famosa Oktoberfest no Brasil tem menos de 30% de água tratada. O sistema de fossas usado na cidade não da mais conta de uma população que passou dos 300 mil habitantes. E o esgoto vai para rede de água da chuva ou direto para os rios. Sem saneamento, a história se repete. Blumenau tem quase três vezes mais internações por diarreia do que as cidades mais bem colocadas no ranking. É evidente que  a preocupação de nossos governantes é apresentar obras que chamem a atenção acima da superfície, esquecendo de investir em outras áreas. Parece claro que no Brasil um estádio padrão FIFA, com direito a festa de inauguração e ponta pé inicial do(a) Presidente(a) em jogo festivo é muito mais importante do que enterrar tubulações. Outubro está ai e com tantos visitantes festejando na maior e mais animada festa de Oktoberfest deste País fica a questão: para onde vai tanta urina de nossos beberrões?