Segundo
a ONG Trata Brasil (O Instituto Trata Brasil é uma OSCIP - Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público – que tem como objetivo coordenar uma
ampla mobilização nacional para que o País possa atingir a universalização do
acesso à coleta e ao tratamento de esgoto) mais da metade da população
brasileira não tem rede de tratamento de esgoto em casa. O que nos causa
espanto é a inversão de prioridades no Brasil. Ao lado de estádios de futebol
padrão FIFA, implementação de televisão digital ou projeto de trem bala,
assistimos uma realidade chocante que toca profundamente na qualidade de vida
da população: a falta de saneamento básico. Com doenças que se proliferam de
pouco adianta importar médicos sem medidas de profilaxia.
O
mais incrível dos dados da ONG é que a realidade não escolhe estados ricos e
pobres e sem distinção chama a atenção que o pungente estado de Santa
Catarina tenha apenas 36% dos moradores
atendidos com rede coletora. Blumenau, rica cidade de colonização alemã,
conhecida pela mais famosa Oktoberfest no Brasil tem menos de 30% de água
tratada. O sistema de fossas usado na cidade não da mais conta de uma população
que passou dos 300 mil habitantes. E o esgoto vai para rede de água da chuva ou
direto para os rios. Sem saneamento, a história se repete. Blumenau tem quase
três vezes mais internações por diarreia do que as cidades mais bem colocadas
no ranking. É evidente que a preocupação
de nossos governantes é apresentar obras que chamem a atenção acima da
superfície, esquecendo de investir em outras áreas. Parece claro que no Brasil
um estádio padrão FIFA, com direito a festa de inauguração e ponta pé inicial
do(a) Presidente(a) em jogo festivo é muito mais importante do que enterrar
tubulações. Outubro está ai e com tantos visitantes festejando na maior e mais
animada festa de Oktoberfest deste País fica a questão: para onde vai tanta
urina de nossos beberrões?
Nenhum comentário:
Postar um comentário