A reportagem do jornal Zero Hora
de 22/12/2013 – “Lições da Turma 11f” (do Colégio Júlio de
Castilhos) teve forte repercussão na edição de 26/12/2013 do mesmo jornal por
parte dos leitores. Tive o cuidado de ler todos os depoimentos de professores e
pais envolvidos no processo educacional de nossos jovens e em nenhum deles
houve um destaque positivo. A falta de professores, falta de infraestrutura e
má gestão dos recursos públicos foram pontos abordados o que demonstra a
falência do ensino público de base. Esta realidade é demonstrada nas pesquisas
de organismos internacionais como a OCDE (Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico) que colocam o ensino do Brasil em um nível muito
baixo. Este quadro repercute na sociedade de diversas maneiras: temos
dificuldade de aumentar nossa capacidade de desenvolvimento econômico pela
falta de mão-de-obra qualificada, aumento da pobreza e alta taxa de natalidade
nas classes mais baixas, com tentativas de solução paliativas por meio de
distribuição de renda através de programas sociais e cotas para as
universidades.
Tudo
isto é fruto de uma série de fatores, começando pela concentração de tributos
na União (70% do bolo tributário vai para Brasília) e pela má gestão dos
recursos públicos. Enquanto o ensino de base está falido, temos centenas de
universidade públicas com ensino gratuito (nem na China temos universidade
gratuita) que pouco ou nada colaboram para a sociedade. A maioria das pesquisas
desenvolvidas nestas universidades está dissociada das necessidades do mercado,
pois as universidades se afastaram das empresas por questões ideológicas e
desenvolvem pesquisas que não tem sentido prático. A exceção que encontramos no
Brasil é na UNICAMP que fornece uma qualificada base de profissionais para o
desenvolvimento da Embraer, por exemplo. Voltando ao Rio Grande do Sul, que
luta com a falta de recursos, encontramos ainda mais um agravante: a visão
míope de nossos governantes que sustentam uma moribunda universidade estadual
(Universidade Estadual do Rio Grande do Sul) ao invés de canalizar tais
recursos para o ensino de base.