quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Lição da Turma 11f



           A reportagem do jornal Zero Hora de 22/12/2013 –    “Lições da Turma 11f” (do Colégio Júlio de Castilhos) teve forte repercussão na edição de 26/12/2013 do mesmo jornal por parte dos leitores. Tive o cuidado de ler todos os depoimentos de professores e pais envolvidos no processo educacional de nossos jovens e em nenhum deles houve um destaque positivo. A falta de professores, falta de infraestrutura e má gestão dos recursos públicos foram pontos abordados o que demonstra a falência do ensino público de base. Esta realidade é demonstrada nas pesquisas de organismos internacionais como a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que colocam o ensino do Brasil em um nível muito baixo. Este quadro repercute na sociedade de diversas maneiras: temos dificuldade de aumentar nossa capacidade de desenvolvimento econômico pela falta de mão-de-obra qualificada, aumento da pobreza e alta taxa de natalidade nas classes mais baixas, com tentativas de solução paliativas por meio de distribuição de renda através de programas sociais e cotas para as universidades.

            Tudo isto é fruto de uma série de fatores, começando pela concentração de tributos na União (70% do bolo tributário vai para Brasília) e pela má gestão dos recursos públicos. Enquanto o ensino de base está falido, temos centenas de universidade públicas com ensino gratuito (nem na China temos universidade gratuita) que pouco ou nada colaboram para a sociedade. A maioria das pesquisas desenvolvidas nestas universidades está dissociada das necessidades do mercado, pois as universidades se afastaram das empresas por questões ideológicas e desenvolvem pesquisas que não tem sentido prático. A exceção que encontramos no Brasil é na UNICAMP que fornece uma qualificada base de profissionais para o desenvolvimento da Embraer, por exemplo. Voltando ao Rio Grande do Sul, que luta com a falta de recursos, encontramos ainda mais um agravante: a visão míope de nossos governantes que sustentam uma moribunda universidade estadual (Universidade Estadual do Rio Grande do Sul) ao invés de canalizar tais recursos para o ensino de base.