Li
um artigo do jornalista Marcos Rolim onde ele citou um pensamento de Max Weber,
durante uma conferência realizada em 1919. “Para Weber, a política deve ser
compreendida como uma atividade peculiar na qual, muitas vezes, o “bem” pode
gerar o “mal”. Segundo o artigo, “Weber chama a atenção para o fato de que, na
atividade política, não é rigorosamente possível que o sujeito se oriente
apenas segundo suas convicções, porque é da natureza da atividade que eles
decidem ponderam sobre as conseqüências de seus atos.” Depois de ler este
artigo brilhante lembrei do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que
começou as reformas macroeconômicas (Plano Real) que tiraram o Brasil da
espiral inflacionário, dando um novo impulso para a economia. Com formação
socialista e diversos textos publicados sobre o tema, FHC disse: “- Esqueçam o
que escrevi!” Ele sabia que rumo que o mundo estava tomando que as idéias do
passado não cabiam mais no momento. É um pouco do pensamento de Max Weber, muito
bem lembrado pelo Jornalista Marcos Rolim.
O
que me preocupa é que a esquerda que tomou conta de diversos países da América
Latina, busca fazer sua revolução “bolivariana”, pouco se importando com as
seqüelas que deixarão no futuro. O partido da Presidenta, nos oito anos de
governo Lula, acabou com diversas bases institucionais construídas durante o
período FHC, como as Agências Reguladoras, aparelhando o Estado e criando um
clima de insegurança entre os agentes econômicos. O atual governo segue a mesma
linha com suas medidas populistas, pondo em risco o futuro da Petrobras e do
sistema de geração e distribuição de energia por exemplo. Esta esquerda que
está no poder não mede esforços para se perpetuar, comprando votos (Mensalão)
ou instruindo militantes de seus partidos para recepcionar com vaias e palavras
de ordem contra a blogueira Yoani Sánchez.
Por
toda a América Latina temos líderes populistas e fascistas acabando com todas
as instituições internas com uma tsunami de decisões desastrosas, travestidos
de democratas, implementam sua ditadura aos moldes de Cuba. Na Venezuela
encontramos os chavistas, que terminaram com setores da imprensa que eram
contra o poder, maquiam dados da economia (inflação) e compram votos da
população com uso do dinheiro do petróleo. Temos também o Evo Morales,
estatizando a rodo todas as empresas privadas que ele julga serem estratégicas,
construindo museu em sua própria homenagem e rebatizando nome de aeroporto com
seu próprio nome, bem ao estilo de ditadores comunistas. Na vizinha Argentina,
a presidenta Cristina, ao melhor estilo peronista, leva o país para o mais
profundo calabouço, travando uma luta contra o jornal Clarín, congelando preços
e destruindo a estrutura interna do país. Segundo o escritor argentino Marcos Aguins
– autor do livro “O Atroz Encanto de Ser
Argentino” – ninguém triunfa mais na Argentina de forma honesta, mas por
meio de manobras desonestas. O autor diz que “a maior parte dos argentinos
chegou a cometer o pecado da arrogância porque o país prosperava de forma
rápida e intensa. Era um dos mais ricos e cultos. Hoje, há muitos argentinos
sendo arrogantes, mas é uma forma de encobrir a impotência. Psicologicamente,
sabe-se que se age ao contrário para tapar uma vergonha.” Particularmente, com
tudo que acontece na América Bolivariana, seria de esperar a chegada de um
Simão Bolívar liberal ou de um Che Guevara sedento por democracia e liberdade
econômica.