domingo, 24 de fevereiro de 2013

Por um Che Guevara Liberal.







            Li um artigo do jornalista Marcos Rolim onde ele citou um pensamento de Max Weber, durante uma conferência realizada em 1919. “Para Weber, a política deve ser compreendida como uma atividade peculiar na qual, muitas vezes, o “bem” pode gerar o “mal”. Segundo o artigo, “Weber chama a atenção para o fato de que, na atividade política, não é rigorosamente possível que o sujeito se oriente apenas segundo suas convicções, porque é da natureza da atividade que eles decidem ponderam sobre as conseqüências de seus atos.” Depois de ler este artigo brilhante lembrei do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que começou as reformas macroeconômicas (Plano Real) que tiraram o Brasil da espiral inflacionário, dando um novo impulso para a economia. Com formação socialista e diversos textos publicados sobre o tema, FHC disse: “- Esqueçam o que escrevi!” Ele sabia que rumo que o mundo estava tomando que as idéias do passado não cabiam mais no momento. É um pouco do pensamento de Max Weber, muito bem lembrado pelo Jornalista Marcos Rolim.
            O que me preocupa é que a esquerda que tomou conta de diversos países da América Latina, busca fazer sua revolução “bolivariana”, pouco se importando com as seqüelas que deixarão no futuro. O partido da Presidenta, nos oito anos de governo Lula, acabou com diversas bases institucionais construídas durante o período FHC, como as Agências Reguladoras, aparelhando o Estado e criando um clima de insegurança entre os agentes econômicos. O atual governo segue a mesma linha com suas medidas populistas, pondo em risco o futuro da Petrobras e do sistema de geração e distribuição de energia por exemplo. Esta esquerda que está no poder não mede esforços para se perpetuar, comprando votos (Mensalão) ou instruindo militantes de seus partidos para recepcionar com vaias e palavras de ordem contra a blogueira Yoani Sánchez.
            Por toda a América Latina temos líderes populistas e fascistas acabando com todas as instituições internas com uma tsunami de decisões desastrosas, travestidos de democratas, implementam sua ditadura aos moldes de Cuba. Na Venezuela encontramos os chavistas, que terminaram com setores da imprensa que eram contra o poder, maquiam dados da economia (inflação) e compram votos da população com uso do dinheiro do petróleo. Temos também o Evo Morales, estatizando a rodo todas as empresas privadas que ele julga serem estratégicas, construindo museu em sua própria homenagem e rebatizando nome de aeroporto com seu próprio nome, bem ao estilo de ditadores comunistas. Na vizinha Argentina, a presidenta Cristina, ao melhor estilo peronista, leva o país para o mais profundo calabouço, travando uma luta contra o jornal Clarín, congelando preços e destruindo a estrutura interna do país. Segundo o escritor argentino Marcos Aguins – autor do livro “O Atroz Encanto de Ser Argentino” – ninguém triunfa mais na Argentina de forma honesta, mas por meio de manobras desonestas. O autor diz que “a maior parte dos argentinos chegou a cometer o pecado da arrogância porque o país prosperava de forma rápida e intensa. Era um dos mais ricos e cultos. Hoje, há muitos argentinos sendo arrogantes, mas é uma forma de encobrir a impotência. Psicologicamente, sabe-se que se age ao contrário para tapar uma vergonha.” Particularmente, com tudo que acontece na América Bolivariana, seria de esperar a chegada de um Simão Bolívar liberal ou de um Che Guevara sedento por democracia e liberdade econômica.