Assistindo
ao noticiário sobre as greves nas universidades federais me chamou a atenção o
grande número de instituições de ensino bancado com recursos públicos (sem
esquecer as outras tantas universidades estaduais existentes). Segundo pesquisa
que fiz, temos cerca de 63 universidades públicas federais e somados aos 38
Institutos Federais de Educação que oferecem cursos de graduação chegamos a
mais de 100 instituições de ensino superior. Grevistas reivindicam aumento de
seus vencimentos e melhores condições de infraestrutura e estudantes clamam
pela exigência de ensino superior com qualidade, universal e gratuito.
Convenhamos que é uma conta difícil de ser equacionada e só pode causar
distorções.
Fazendo um estudo da educação no Brasil
no âmbito do Poder Público veremos que mais da metade dos recursos do
Ministério da Educação é aplicado no ensino superior, o que contraria a
Constituição Federal, que dá prioridade ao combate ao analfabetismo e ao ensino
fundamental. Países como Argentina,
Chile e México investem mais do que o dobro investido no Brasil no Ensino
Médio. Ou seja, independentemente do país, nesse campo inexiste mágica: não há
como melhorar a qualidade do ensino sem que haja investimento adequado. Para
tentar dar acesso as universidades públicas federais a grande massa que vem do
falido ensino de base o governo criou as cotas raciais e assim o MEC tenta
“corrigir” uma situação criando uma aberração (se é para ter cota que seja pela
questão financeira).
Com
toda esta estrutura montada não tem como ser corrigido o rumo facilmente. Não
podemos pensar em fechar universidades públicas federais e fornecer bolsas de
ensino para alunos sem recursos nas universidades federais. Contudo, uma medida
que poderia ser tomada seria cobrar de alunos cujas famílias podem arcar com
mensalidades e tais recursos poderiam ser investidos no ensino de base, por
exemplo. Para se ter uma idéia, nos EUA as universidades públicas federais
cobram mensalidade, com preços menores do que as privadas.
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