quarta-feira, 4 de julho de 2012

Greve nas universidades.





            Assistindo ao noticiário sobre as greves nas universidades federais me chamou a atenção o grande número de instituições de ensino bancado com recursos públicos (sem esquecer as outras tantas universidades estaduais existentes). Segundo pesquisa que fiz, temos cerca de 63 universidades públicas federais e somados aos 38 Institutos Federais de Educação que oferecem cursos de graduação chegamos a mais de 100 instituições de ensino superior. Grevistas reivindicam aumento de seus vencimentos e melhores condições de infraestrutura e estudantes clamam pela exigência de ensino superior com qualidade, universal e gratuito. Convenhamos que é uma conta difícil de ser equacionada e só pode causar distorções.
            Fazendo um estudo da educação no Brasil no âmbito do Poder Público veremos que mais da metade dos recursos do Ministério da Educação é aplicado no ensino superior, o que contraria a Constituição Federal, que dá prioridade ao combate ao analfabetismo e ao ensino fundamental. Países como Argentina, Chile e México investem mais do que o dobro investido no Brasil no Ensino Médio. Ou seja, independentemente do país, nesse campo inexiste mágica: não há como melhorar a qualidade do ensino sem que haja investimento adequado. Para tentar dar acesso as universidades públicas federais a grande massa que vem do falido ensino de base o governo criou as cotas raciais e assim o MEC tenta “corrigir” uma situação criando uma aberração (se é para ter cota que seja pela questão financeira).
            Com toda esta estrutura montada não tem como ser corrigido o rumo facilmente. Não podemos pensar em fechar universidades públicas federais e fornecer bolsas de ensino para alunos sem recursos nas universidades federais. Contudo, uma medida que poderia ser tomada seria cobrar de alunos cujas famílias podem arcar com mensalidades e tais recursos poderiam ser investidos no ensino de base, por exemplo. Para se ter uma idéia, nos EUA as universidades públicas federais cobram mensalidade, com preços menores do que as privadas. 

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