sábado, 3 de setembro de 2016

Pós-impeachment.





Pós-impeachment.


            Entender porque o governo petista ruiu é muito fácil, bastando observar os números, por mais que a propaganda do partido vendesse a ideia de que o Brasil era uma Suécia, a economia do Brasil empobreceu. Com um PIB que teve a maior queda entre todos os países do mundo, 12 milhões de desempregados e renda per capita com queda de 22% durante o governo Dilma, mais as notícias de corrupção da Lava-Jato  e culminando com o pedido de impeachment protocolado na Câmara dos Deputados pelo jurista Hélio Bicudo (um dos fundadores do PT), a advogada Janaína Paschoal e o advogado Miguel Reale Júnior sob o argumento de infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) fez com que milhões de brasileiros vestidos de verde e amarelo saíssem as ruas pedindo a saída da Presindenta, como ela gostava de ser chamada. Este processo doloroso, mostrando um amadurecimento da democracia brasileira, culminou no impeachment, não sem antes um acordo ter sido feito nos bastidores, pois diferentemente do caso Collor, foram mantidos os direitos políticos da ré. Não vou entrar nos méritos jurídicos, embora ache que claramente a Constituição não foi respeitada.
            O que se viu após o impeachment, foi uma série de atos de vandalismo realizados por um grupo de pessoas (em sua maioria jovens) patrocinadas por movimentos sociais ou com a cabeça feita por este pensamento de esquerda que varre boa parte da América Latina. Particularmente sou liberal (me chamam de “coxinha”), mas queria descolar desta dicotomia ESQUERDA X DIREITA, COXINHAS X PETRALHAS, CERTO X ERRADO, pois estamos perdendo um tempo profundo se não analisarmos as causas que emperram o Brasil. Os péssimos números apresentados pelo governo Dilma já foram apresentados e seu antecessor só não teve um desempenho ruim, pois a China levava o Brasil nas costas comprando tudo quanto é tipo de commodities e trazendo divisas para o país (não vou tecer maiores comentários sobre o governo Lula, pois não é este o foco do meu pensamento de agora). Temos que lutar todos juntos por uma reforma na Constituição, pois é nela que está a origem de tudo. Se não vejamos: passa pelo pacto federativo, em que 68% de todos os tributos arrecadados no Brasil vão direto para o governo federal, que todo mês distribui um percentual para Estados e municípios. Resumidamente, 58% da arrecadação fica em Brasília, 24% nos Estados e 18% nos municípios. Enquanto a União acumula recursos, os demais entes federativos têm que responder as demandas da área de saúde, segurança e educação. Claro que não tem como funcionar desta maneira. Saindo do aspecto federativo e econômico que produz um cipoal de tributos em cascata de difícil discernimento por parte das empresas e cidadãos, vamos para a política nascida de uma Constituição que foi costurada para ser parlamentarista e terminou como presidencialista, ou mais precisamente um presidencialismo de coalização, em que o governante tem que fechar acordos e fazer alianças entre partidos políticos e forças políticas em busca de um objetivo específico, isto explica porque temos quase quarenta partidos e um igual número de ministérios (não tem como um país funcionar desta forma). Continuando na área política, temos o tal voto em lista que faz com que dos 513 deputados da Câmara, somente 36 tenham sido eleitos com votos próprios.
            Deixo todas essas informações para que a discussão ideológica seja colocada de lado e se proponha reformas políticas como o voto distrital (sistema em que cada membro do parlamento é eleito individualmente nos limites geográficos de um distrito pela maioria dos votos - simples ou absoluta),pois desta forma as campanhas seriam mais baratas e o eleitor fiscalizaria de perto seu candidato e que se repense o sistema federativo, pois somente com as reformas políticas é que poderemos estabelecer um Estado de Direito forte com um regramento claro e perene que tire o Brasil dessa letargia, atraindo investimentos e gerando emprego e renda. Depois das reformas poderemos voltar as questões ideológicas nas mesas de bares e na escolha de representantes políticos que nos representem de fato aos anseios da população.

Nenhum comentário:

Postar um comentário