Quando
se fala de desvios e discrepâncias, tudo acontece aqui no Brasil. Aqui é o país
do “jeitinho” e quem pode mamar nas “tetas” do governo vai com tudo. Assistimos
gente que burla a lei para garantir os “vale disso e daquilo” distribuídos em
programas sociais ou o exemplo do caso das “filhas solteiras” dos militares que
não se casam apenas para não perder a pensão, pois a lei prevê pagamento
vitalício durante toda a vida. O Estado teve acesso aos números de 2009, 2010 e 2011. No ano passado, foram 90.900 as filhas
solteiras beneficiadas. Elas
receberam R$ 342 milhões em dezembro,
o que dá uma pensão média de R$ 3.700.
O direito das filhas solteiras
dos militares a receber pensão vitalícia foi "encerrado" por uma
Medida Provisória editada em 29 de dezembro de
2000. Esta decisão, porém, não atingiu
quem já estava na ativa nas Forças Armadas.
Indo
para Brasília vamos encontrar os “folclóricos” vencimentos de copeiras e
ascensoristas (condutores de veículos verticais) ganhando acima de R$
10.000,00. No governo paulista temos assistente de estacionamento, assessores
de imprensa e um enfermeiro responsável pelos
trabalhadores municipais, que ganham R$ 18.300 por mês, 12 vezes o salário
médio da mesma função no setor privado. Pela lei vigente nenhum funcionário
público pode ganhar mais que R$ 26.700 - a remuneração dos juízes de
instâncias federais superiores. Contudo, um terço dos ministros e mais de 4 mil
servidores federais teriam rendimentos superiores a esse teto. Incluindo o presidente
do Senado, José Sarney, cujo salário chegaria a R$ 62 mil, devido a um acúmulo
de pensões. Se formos a fundo iremos encontrar mais “aberrações salariais”.
Estes fatos já eram de domínio público da população brasileira minimamente
informada e, recentemente, foi motivo de matérias na revista The Economist.
Agora, todo o mundo está ciente deste descalabro.
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