quinta-feira, 21 de junho de 2012

Hecha la ley, hecha la trampa.




            Quando se fala de desvios e discrepâncias, tudo acontece aqui no Brasil. Aqui é o país do “jeitinho” e quem pode mamar nas “tetas” do governo vai com tudo. Assistimos gente que burla a lei para garantir os “vale disso e daquilo” distribuídos em programas sociais ou o exemplo do caso das “filhas solteiras” dos militares que não se casam apenas para não perder a pensão, pois a lei prevê pagamento vitalício durante toda a vida. O Estado teve acesso aos números de 2009, 2010 e 2011. No ano passado, foram 90.900 as filhas solteiras beneficiadas. Elas receberam R$ 342 milhões em dezembro, o que dá uma pensão média de R$ 3.700. O direito das filhas solteiras dos militares a receber pensão vitalícia foi "encerrado" por uma Medida Provisória editada em 29 de dezembro de 2000. Esta decisão, porém, não atingiu quem já estava na ativa nas Forças Armadas.
            Indo para Brasília vamos encontrar os “folclóricos” vencimentos de copeiras e ascensoristas (condutores de veículos verticais) ganhando acima de R$ 10.000,00. No governo paulista temos assistente de estacionamento, assessores de imprensa e um enfermeiro responsável pelos trabalhadores municipais, que ganham R$ 18.300 por mês, 12 vezes o salário médio da mesma função no setor privado. Pela lei vigente nenhum funcionário público pode ganhar mais que R$ 26.700 - a remuneração dos juízes de instâncias federais superiores. Contudo, um terço dos ministros e mais de 4 mil servidores federais teriam rendimentos superiores a esse teto. Incluindo o presidente do Senado, José Sarney, cujo salário chegaria a R$ 62 mil, devido a um acúmulo de pensões. Se formos a fundo iremos encontrar mais “aberrações salariais”. Estes fatos já eram de domínio público da população brasileira minimamente informada e, recentemente, foi motivo de matérias na revista The Economist. Agora, todo o mundo está ciente deste descalabro.

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